A vitória da Colombia sobre o Brasil, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, pode ser considerada histórica.
Não apenas por quebrar um tabu até então eterno, mas por tudo que envolveu essa grande partida.
Confira conosco como os colombianos conquistaram este grande feito.
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Erros de Diniz e a superioridade da Colombia
Quem viu os cinco primeiros minutos de jogo, desligou a televisão e foi dormir, não conseguiu entender absolutamente nada ao se deparar com o resultado de 2×1 para a Colômbia.
O Brasil começou o jogo no melhor estilo Fernando Diniz, com uma intensidade muito elevada, o que fez com que os Canarinhos sufocassem seu adversário.
Com um quarteto de ataque escalado com Vinicius Jr, Rodrygo, Raphinha e Martinelli, a dupla do Real Madrid flutuava pelo meio, enquanto os extremos davam profundidade à equipe.
Logo, em cinco minutos, o Brasil já tinha aberto o placar e criado outras boas duas chances de aumentar.
O gol brasileiro foi marcado por Martinelli, o primeiro dele pela Seleção.
Em rápida troca de passes entre ele e Vinicius Jr, Martinelli foi deixado na cara do gol, finalizando com velocidade. A sorte do Brasil começou a virar logo depois.
Imagem: Mauricio Castañeda/EFE
A Colombia, empurrada por sua torcida, não se deixou esmorecer pelo placar desfavorável e foi para cima.
Vinicius Jr se lesiona e o escolhido para substituí-lo foi João Pedro.
Apesar de ser um ótimo jogador e com um potencial alto, o atacante do Brighton não foi capaz de fazer o papel de Vini.
A bola, que até então era só do Brasil, troca de lado.
A Colômbia começou a empilhar chances, obrigando Alison a fazer ótimas defesas.
No meio campo, Carrascal dava ritmo. James Rodriguez distribuía o jogo. Luis Diaz era simplesmente espetacular.
Impressionante a velocidade, explosão e preparo físico deste atleta.
Imagem: Juan Barreto/AFP
Durante a partida, deu diversos tiros (sprints) de cerca de 100 metros, ou seja, atravessando praticamente toda a extensão do campo.
Mas Diaz será tema exclusivo do próximo capítulo deste artigo.
Termina o primeiro tempo. A Colômbia já se mostrava bastante superior, de modo que tinha o controle da partida, impedindo o Brasil de jogar.
Na volta para a segunda etapa, de maneira surpreendente, o jogo ficou mais equilibrado.
A Colômbia ainda era dona das ações e não precisava de muito para chegar ao gol de Alison. Contudo, a recíproca era verdadeira. Quando recuperava a bola, com cerca de três toques, o Brasil chegava ao gol da Colômbia. Ou até mesmo na saída de bola.
A dinâmica girava em torno de André, Bruno Guimarães e Rodrygo. Quando os volantes quebravam a primeira linha de marcação, que estava muito adiantada, Rodrygo tinha espaço para atacar.
Ele, que atuou com a lendária 10 da Seleção, utilizava muito bem os espaços. Carregava a bola quando necessário, mas servia os companheiros em condições de marcar. O melhor jogador do Brasil na partida.
Deste modo, ambas as equipes tiveram chances de colocar a bola na rede.
Entretanto, Fernando Diniz tira Rodrygo da partida.
Segundo mencionado pelo treinador em entrevista coletiva, a comissão técnica entendeu que o jogador estava sentindo calor e cansaço. Sinceramente, enquanto telespectador, tais impressões não puderam ser confirmadas.
Inclusive, Martinelli, que aparentava estar muito mais cansado, jogou os noventa minutos mais acréscimos.
De todo modo, a saída de Rodrygo foi fatal para o Brasil. O escolhido para substituí-lo foi Paulinho, atacante do Atlético Mineiro.
De fato, ele é um grande jogador, mas não para a função ora exercida pelo camisa 10. O Brasil perdeu sua transição e foi absolutamente dominado pelo Colômbia.
O volume colombiano não parava de crescer, acarretando em dois gols em bolas alçadas na área.
Como dito no artigo referente a esta convocação, infelizmente, as expectativas sobre a performance de Emerson Royal foram confirmadas. O lateral direito do Brasil errou demasiadamente, seja em ações com a bola no pé, seja em posicionamento defensivo.
Renan Lodi, pelo outro lado, também não foi diferente.
No miolo de zaga, Gabriel Magalhães se mostrou muito desatento.
A atuação terrível da linha de zaga brasileira resultou nos gols.
O primeiro, James aciona Borja com imensa liberdade na lateral esquerda, que faz cruzamento no segundo pau. Luis Diaz aparece para fazer de cabeça.
Emerson Royal deu a liberdade do cruzamento e Renan Lodi dobrou a marcação com Gabriel Magalhães sobre o centroavante, Córdoba. O resultado foi Luis Diaz livre para completar.
O segundo gol era questão de tempo, e assim foi. Apenas quatro minutos depois, a Colômbia seguia fazendo seu abafa.
James Rodriguez recebe com liberdade direito do ataque colombiano, e cruza uma linda bola para ele, o iluminado. Luis Diaz se antecipa à Emerson Royal, que esperava que a bola chegasse ao seu domínio. Quando o lateral brasileiro se deu conta, Luis Diaz já estava comemorando o gol. Royal não chega sequer a encostar no atacante para fazer a marcação.
Assim, a Colômbia vence o Brasil pela primeira vez na história das Eliminatórias para a Copa do Mundo, tendo como protagonista aquele que mais merecia.
Imagem: Mauricio Castañeda/EFE
Luis Diaz presenteia seu pai
O pai de Luis Diaz, que leva o mesmo nome do filho, foi sequestrado pela ELN (Exército de Libertação Nacional), um grupo político paramilitar colombiano. Todo o mundo do esporte se comoveu e prestou apoio à Luiz Dias.
Depois de treze dias em cativeiro, as autoridades colombianas entraram em acordo com o grupo, fazendo com que Luis Manuel fosse libertado em troca da liberação de uma área na qual o exército nacional havia feito uma varredura. Inimaginável a angústia e sofrimento pelos quais Luis e sua família passaram.
Mas o destino guarda algumas surpresas positivas. Jogo de seu país, em sua própria casa, contra um adversário jamais antes vencido. Era o cenário perfeito para Luis Diaz presentear seu pai.
Não apenas pelos gols, porque ainda que não os tivesse marcado, a atuação do atacante do Liverpool foi extraordinária. Como já dito, correu distâncias impressionantes em uma velocidade raramente vista.
Foi superior à defesa brasileira na imensa maioria das jogadas.
Só poderia ser ele o responsável pela vitória, com seu pai ali, nas arquibancadas, vibrando com o talento de seu filho.
A expressão de Luis Manuel ao ver seu garoto marcar contra o Brasil são imagens memoráveis.
Sem dúvidas, uma partida que ficará na história.
Imagem: Reprodução Rede Globo de Televisão
Escrito por Vitor F L Miller.