Fluminense e Internacional protagonizaram um jogo eletrizante, pelo jogo de ida da semifinal da Copa Libertadores.
Acompanhe conosco como foi esta grande partida.
Imagem: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC
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O jogo entre Fluminense e Inter
Na noite de quarta-feira, Fluminense e Internacional fizeram uma bela partida, válida pelo jogo de ida das semifinais da Copa Libertadores.
O Fluminense veio escalado com Fábio, Samuel Xavier, Felipe Melo, Nino e Marcelo. André e Ganso, Arias e Keno. John Kennedy e Cano.
O Internacional iniciou a partida com: Rochet, Hugo Mallo, Vitão, Mercado e Renê. Johnny e Aranguiz, Maurício e Alan Patrick. Wanderson e Enner Valencia.
Para esta partida, o técnico Colorado, Chacho Coudet substituiu o lateral Bustos por Hugo Mallo, visando dar uma maior proteção ao sistema defensivo, que poderia sofrer com as subidas de Keno.
A inovação de Fernando Diniz, na escalação, foi no posicionamento de Paulo Henrique Ganso, que atuou quase como um segundo volante, ao lado de André.
O jogo, conforme dito, foi frenético.
Logo aos 5′ minutos, Maurício recebe a bola na quina da área, domina girando para a direção do gol e bate colocado. A bola passa raspando a trave de Fábio.
Apenas dois minutos depois, o Flu deu a resposta. Apesar da escalação de Hugo Mallo, de maior caráter defensivo, não foi possível frear o ímpeto de Keno, que arrancou do meio de campo, passou pelo lateral e bateu cruzado. Rochet estava lá para fazer grande defesa e mandar para escanteio.
Aos 10′, Renê comete erro grave, sendo desarmado por Arias, ainda na saída de bola. Com a zaga completamente desorganizada, o meia colombiano parte em velocidade, toca para John Kennedy, que serve Cano. O atacante chega batendo de primeira, sem chances para Rochet. Fluminense 1×0 Inter.
O ritmo do jogo não diminuiu. Mais uma vez sobre Hugo Mallo, Keno faz tabela com Cano e bate cruzado. Rochet, novamente, faz uma defesa espetacular, no estilo futsal.
O Internacional se mostrou uma equipe bastante corajosa e não abriu mão de seu estilo de jogo, mesmo com toda pressão de um Maracanã lotado.
Enner Valencia começou a ganhar o duelo físico contra a linha de defesa do Fluminense. Assim, foi possível achar o espaço necessário para deixar Alan Patrick na cara do gol, mas o meia bateu fraco de esquerda. Fábio fez a defesa facilmente.
Em um outro duelo, Enner vence duelo e parte com ela carregada em direção ao gol. Samuel Xavier interrompe o lance com falta tática, recebendo cartão amarelo.
Pouco tempo depois, o lance se repete. Valencia consegue escorar para si próprio uma bola lançada pela defesa do Colorado. Quando está prestes a dominaná-la, Samuel Xavier entra com um carrinho, acertando a sola da chuteira no centroavante. O árbitro da partida, Dario Herrera, assinalou a falta e corretamente mostrou o segundo cartão amarelo, consequentemente expulsando o lateral, aos 45′.
O Inter soube muito bem aproveitar a superioridade numérica, ainda na primeira etapa. Realizou uma pressão forte e, em belo cruzamento de Renê, Hugo Mallo aparece como elemento surpresa e cabeceia para o gol.
O assistente assinalou o impedimento, mas com a utilização do VAR, o gol foi validado.
Desta forma, o Inter foi para o vestiário com o moral elevado. E da mesma forma voltou ao campo.
A pressão foi intensa, sobretudo com uma troca de passes rápidas na entrada da área, até que encontrasse os extremos ou laterais livres para fazer o cruzamento.
Foi assim que Hugo Mallo alçou bola na área que encontrou a cabeça de Mercado. O zagueiro vem em velocidade e cabeceia no canto baixo, fazendo o gol.
Depois de muita comemoração, foi constatado pelo VAR que a bola toca na mão de Mercado, após seu cabeceio, sendo portanto invalidado.
Neste momento, a torcida do Fluminense foi à loucura e incentivou ainda mais o time.
Embora os cantos vindos da arquibancada fossem fortes, o Inter não se abateu pelo gol anulado e seguiu pressionando.
Deste modo, aos 64′, Renê toca para Maurício, que faz o passe na entrada da área. Enner Valencia tenta dominar, mas a bola passa por baixo de seu pé, sobrando perfeitamente para Alan Patrick. O camisa 10 Colorado vê a aproximação de Marcelo na marcação, então dá um lindo drible de corpo. A bola pende para sua perna direita. Ele solta uma bomba cruzada, estufando as redes de Fábio e fazendo um golaço. Virada colorada.
Após o gol, alguns dos principais jogadores do Inter, como Aranguiz, Maurício e Alan Patrick sentiram desgaste, já que foram muito exigidos na pressão ofensiva. Por isso, Coudet promoveu alterações, colocando Lucca, Dalbert e Bruno Henrique, acreditando que os jogadores pudessem manter o ritmo dos titulares.
Não foi o que aconteceu. As substituições fizeram com que a intensidade do Colorado caísse. O Fluminense, por outro lado, soube aproveitar muito bem, se lançando ao ataque sempre que possível.
Desta maneira, Renê cede escanteio de forma infantil. Na bola parada, Arias faz a cobrança e Nino sobe sozinho. A pelota encontra Cano, que estava na pequena área. O centroavante, com seu faro artilheiro, acerta um chute de primeira e faz seu segundo gol na partida (11 na Libertadores e artilharia isolada da competição), empatando um confronto que parecia perdido, aos 78′.
Assim terminou o primeiro capítulo desta decisão espetacular.
O Inter conseguiu um bom resultado fora de casa, mas sai com um gosto amargo, já que soube fazer bom uso do jogador a mais em campo. Apesar disto, cedeu o empate no final da partida.
O Fluminense vai ao Beira-Rio com o moral inflado, entretanto sabe das dificuldades que enfrentará em Porto Alegre.
Imagem: MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC
O duelo tático entre Diniz e Coudet
A partida narrada foi um verdadeiro duelo tático entre dois treinadores espetaculares.
Recheada de intensidade física, ambos os times jogaram de acordo com a vontade de seus técnicos, algo difícil de se observar.
Diniz tinha ciência da necessidade de fazer uma boa vantagem jogando em casa. Por isso, armou o time de maneira bem vertical. Sabia que para proteger sua defesa, deveria impedir que os meias do Inter transitassem a bola no meio de campo.
Logo, pressionou a saída de bola do Colorado em todos os momentos fisicamente possíveis. Foi assim que o Fluminense construiu seus dois gols. O primeiro com o desarme de Arias sobre Renê e o segundo após roubada de bola, mais uma vez tendo Renê como vítima, que gerou o escanteio.
Imagem: André Durão
Por outro lado, Chacho Coudet identificou duas fraquezas muito latentes do adversário. A primeira é a falta de proteção na cabeça da área, tendo André como único homem de marcação pelo setor. Diniz até tentou amenizar essa deficiência recuando Ganso, mas não surtiu o efeito esperado.
Portanto, Coudet posicionou Alan Patrick e Enner Valencia próximos. Enner era capaz de escorar ou dominar lançamentos longos e Alan recebia, de maneira extremamente rápida e vertical, as bolas roubadas por Johnny e Aranguiz no meio de campo.
Maurício e Wanderson espelhavam Arias e Keno, atraindo sua marcação e deixando o meio do Fluminense exposto.
A segunda é a superioridade física dos atacantes do Inter sobre Felipe Melo. Seja pela velocidade de Wanderson e Maurício, seja pelo embate corpo a corpo com Enner Valencia. O equatoriano ganhou todas as disputas.
A expectativa é que o jogo da volta seja tão alucinante como este e não há um favorito para ir à final.
O único ponto negativo são as críticas de Fernando Diniz à arbitragem ao final da partida. Do ponto de vista de critério, o juiz Dario Herrera, foi perfeito. Ambos os lances de Samuel Xavier foram claros para cartão amarelo. O primeiro parando um contra-ataque e o outro por um carrinho com a perna levantada. Não há o que ser dito.
Quem leva a classificação?
Imagem: Buda Mendes/Getty Images / Esporte News Mundo
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Escrito por Vitor F L Miller.