Contra todas as expectativas, o Internacional foi eliminado pelo Juventude na semifinal do Gauchão 2024.
A eliminação colorada foi recheada de requintes de crueldade.
Veja como a equipe da Serra Gaúcha conseguiu essa classificação histórica para enfrentar o Grêmio ou seu maior rival, o Caxias.
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Internacional 1 (5) x 1 (6) Juventude – Semifinal do Gauchão 2024
O Inter era a equipe de Série A com o melhor aproveitamento do Brasil, conforme mencionado aqui anteriormente.
Para boa parte da imprensa, inclusive nós, era a equipe favorita a faturar o Gauchão 2024. Não só por seu elenco, mas pelo futebol apresentado, demonstrando muitas alternativas de criação de jogadas.
De todo modo, o jogo de ontem demonstrou que talvez a equipe de Coudet não esteja tão pronta quanto imaginávamos, sobretudo quando posta a prova contra um adversário de Série A.
O Colorado até começou bem e com 15′ tinha criado boas oportunidades.
A partir daí, a marcação idealizada por Roger Machado passou a funcionar muito bem. O Juventude fazia uma meia pressão muito consciente e sempre que o Inter tentava uma saída de bola pela região central, passes eram cortados e botes eram dados.
Desta forma, o Juventude conseguiu neutralizar a criação de jogadas do Inter e, principalmente, conseguiu ligar contra-ataques muito verticais e rápidos, pegando a zaga Colorada desprevenida e mal postada.
Logo, aos 16′, a ideia tática narrada acima se desenhou perfeitamente. Caique corta passe no meio e liga rapidamente Edson Carioca em passe em profundidade. O atacante toca na saída de Rochet. A bola acerta a trave e caminha quase que por toda extensão da linha do gol, mas sem ultrapassá-la, já que Vitão estava ali para cortar o que seria o primeiro gol do Juventude.
Neste momento, a equipe da Serra Gaúcha passou a ter melhor controle da partida. Aos 31′, cobrança de escanteio de Alan Ruschel, que encontrou a cabeça de Zé Marcos. Gol do Juventude, 1×0.
Terminado o primeiro tempo, o Inter mal conseguia agredir seu oponente. Vem a segunda etapa e a equipe Colorada chega ao empate sem muita demora, se valendo de uma jogada ensaiada de bola parada.
Em falta sofrida no canto direito do ataque, Alan Patrick faz passe para o meio da área, onde a bola é escorada para trás por Wanderson. Aranguiz cruza de primeira e encontra Rene, que cabeceia para empatar a partida aos 55′.
Feito o gol, imaginava-se que o Inter seguiria na pressão, se valendo de sua torcida, para virar a partida e conseguir a tão sonhada vaga na final, que não vem desde 2021.
Na realidade, foi isso que aconteceu, pelo menos em parte. Apenas um minuto depois do gol, Maurício foi deixado na cara do gol por Enner Valencia, que havia entrado no decorrer da partida devido a uma lesão no pé. O atacante isolou a bola.
Entretanto, o Juventude soube administrar bem a pressão do Inter e o jogadores foram ficando cada vez mais irritados.
Tal irritação se traduziu aos 76′, quando Maurício perde a cabeça e chuta o experiente Nenê, configurando agressão. O VAR foi chamado e o jogador expulso, num momento crucial do jogo.
Imagem: Jefferson Botega / Agencia RBS
A decisão foi para as penalidades.
Nas cinco primeiras cobranças, Alan Ruschel perdeu para o Juventude e Mercado para o Inter, chegando às alternadas.
Robert Renan, jovem recém chegado no clube, assumiu a responsabilidade da batida quando a disputa estava em 5×5.
Ocorre que, Robert parece não ter entendido bem a pressão de jogar numa equipe como o Internacional. Desta maneira, achou que a melhor maneira de cobrar a penalidade decisiva seria com uma cavadinha. O goleiro Gabriel ameaçou cair para seu lado esquerdo, mas voltou rapidamente e encaixou a cavadinha com tranquilidade.
Por fim, Kelvi cobrou com seriedade e fechou a conta, colocando o Juventude na final do Gauchão 2024.
Sabemos muito bem que este tipo de cobrança foi treinada e já praticada anteriormente por Robert Renan. Contudo, este deveria ser justamente o motivo pelo qual não deveria ter batido desta maneira. Hoje, os clubes contam com departamentos de inteligência, que mapeiam a batida dos jogadores.
Claramente, este setor do Juventude fez muito bem este trabalho e o passou a Gabriel.
O Ju pega o vencedor de Grêmio e Caxias, que jogam hoje.
Imagem: Edu Andrade / Fatopress/ Estadão Conteúdo
A sequência do ano do Inter e Coudet
Será que o ambiente Colorado ficará tumultuado depois de uma derrota como essa?
Com certeza a impossibilidade de classificação para a final do Campeonato Gaúcho por três anos seguidos deve acender mais um sinal de alerta para o Inter.
Ademais, isso causa marcas em uma torcida já muito machucada.
Ventila-se que os mais experientes do elenco teriam cobrado posturas mais condizentes com a camisa do Internacional de Robert Renan e Maurício, considerados por muitos os pivôs desta eliminação.
A eventual cobrança dos mais experientes sobre os jovens é válida. Um time que busca vencer títulos não pode se dar ao luxo de cometer erros infantis. Isto também faz parte da formação de uma casca necessária para todo jogador bem sucedido.
De todo modo, a eliminação não pode ser considerada o fim do mundo, muito menos o fim do trabalho de Coudet.
Na partida pudemos perceber uma certa dificuldade do Inter em criar jogadas quando encontra defesas bem postadas e com meio campo povoado.
Isto é um ponto que deve ser mudado.
Vale ressaltar que outros jogadores importantes como Borré e Alario não estavam disponíveis para partida, bem como Enner Valencia que entrou apenas no segundo tempo.
O Inter tem tudo para ter um ótimo ano independente desta desclassificação, mas de fato, o time não parece estar pronto como parecia para os grandes momentos, o que pode ser conquistado durante a temporada.
Imagem: Ricardo Duarte / Internacional
Escrito por Vitor F L Miller.