Manchester City e Fluminense se enfrentaram pela final do Mundial de Clubes da Fifa, na última sexta-feira.
Os Cityzens passaram pelo clube carioca com facilidade, aplicando um sonoro 4×0.
Aqui, vc acompanha os principais lances e as razões que fizeram o time de Pep Guardiola superar Fernando Diniz.
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Melhores momentos
Ambas as equipes chegaram pela primeira vez em uma final de Mundial de Clubes da Fifa, isto porque, para eles, foi a primeira vitória continental (Champions League e Copa Libertadores).
Apesar de muita expectativa sobre a partida, conforme mencionado no artigo anterior, não pudemos ter o sabor da dúvida por muito tempo.
Logo no primeiro lance de jogo, Marcelo tenta afastar a bola que estava concentrada na linha lateral esquerda da defesa do Fluminense.
A bola atinge a intermediária e tem Aké completamente livre. O holandês domina no peito e a carrega em direção ao gol, sem qualquer marcação. Então, decide chutar de canhota. O belo chute colocado resvala em Fábio, acerta a trave e sobra limpa para Julian Alvarez empurrar para as redes com o peito.
O placar se abria com 1′ de jogo.
A partir daí, o Fluminense precisou se abrir mais ainda em busca do empate.
No melhor estilo Diniz, o Flu não abriu mão de seu estilo de jogo, e mesmo com a pressão alta do Manchester City, saiu tocando a bola e em diversos momentos quebrando as duas primeiras linhas de marcação.
Aos 15′, o lance que poderia ter mudado o rumo da partida. O Tricolor fazia a pressão alta, quando Ederson tenta quebrar a bola. Ela não ganha distância e fica nos pés de Martinelli, acionando Ganso.
O meia dá um belo toque de primeira para Germán Cano, que dribla o goleiro do City e é derrubado.
O árbitro marca penalti no ato, mas logo em seguida o lance é anulado por impedimento milimétrico marcado.
Aos 26′, outro gol dos Cityzens. Rodri percebe o avanço de André e numa fração de segundo decide o passe para Foden.
O inglês entra na área e tenta cruzar. A bola resvala em Nino e não dá chance de defesa para Fábio. City 2×0.
Aos 40′, chance do Fluminense para diminuir. Em escanteio cobrado, Arias cabeceia em meio aos gigantes, mas Ederson faz ótima defesa.
A equipe inglesa aumentou um pouco o ritmo ao fim da primeira etapa e início da segunda. Primeiro, Grealish limpa a marcação e chuta de fora da área, mas Fábio trabalha bem.
O Manchester City poderia ter ampliado mais cedo, em jogada ensaiada na cobrança de falta. Foden chuta cruzado e Fábio faz outra bela defesa.
No segundo tempo, com raras exceções, o Fluminense perdeu a capacidade que tinha de quebrar linhas de marcação, fazendo com que o adversário dominasse totalmente a partida.
Aos 71′, mais um cruzamento rasteiro e Foden entra sozinho para completar de carrinho. 3×0.
A goleada foi sacramentada aos 87′, com jogada de Matheus Nunes, novamente pela lateral, que achou um passe rasteiro na entrada da área para Julian Alvarez. O atacante domina, limpa André e bate cruzado. 4×0 para o City e o título de Campeão do Mundial de Clubes da Fifa 2023/24.
Alvarez, inclusive, ficou com prêmio de melhor jogador da competição.
Que bela carreira do garoto, que com apenas 23 anos ganha todos os títulos possíveis do futebol. Impressionante.
Imagem: Getty Images
Por que o Manchester City de Guardiola prevaleceu sobre o Fluminense de Diniz?
Imagem: Reprodução TNTSports
Depois de narrar os acontecimentos, vamos à análise dos fatores táticos e técnicos que fizeram com que o Manchester City goleasse o Fluminense com facilidade.
Conforme dito inúmeras vezes por nós, Diniz e Guardiola são de escolas opostas (aposicional e posicional, respectivamente), mas primam pela posse de bola, cada um à sua maneira.
O primeiro gol, logo no primeiro minuto de partida é uma marca de como o estilo do City se sobrepôs sobre o do Fluminense. Ao recolocar a bola em jogo no lateral, o Flu aglomerou cerca de 6 atletas no setor, fazendo com que o espaço entre sua linha de defesa e a primeira linha definida do City, que no caso era também a linha de defesa, ficasse completamente defasado.
Logo, Aké teve toda a liberdade para avançar e definir o lance.
Um outro aspecto tático latente foi a frouxidão na marcação do Fluminense em sua intermediária. Quando estavam sem a bola e baixavam o bloco, as duas primeiras linhas da equipe guardavam a entrada da área, contudo com grande passividade.
Portanto, o homem da bola do Manchester City, geralmente Rodri, que tem uma qualidade de passe espetacular, tinha liberdade e tempo para pensar o próximo passe.
Então, é tudo uma questão de timing. Como Rodri tinha a bola, André, na maioria da vezes, saltava a linha para dar o combate. No menor movimento feito pelo volante do Flu em direção ao portador da bola, se abriram espaços entre os laterais e zagueiros, justamente onde Foden e Alvarez receberam em condições para finalizar as jogadas em gol.
O lado positivo por parte do Fluminense, se é que há um após uma perda de final por 4×0, foi que a equipe fez exatamente o que Diniz pediu.
Ele já havia dito que se fosse para perder, perderia dentro de suas convicções e assim foi.
O Tricolor chegou a envolver o Manchester City com a saída de bola apoiada. O problema é que depois de quebrar as linhas, não tinham jogadores suficientes para construir a jogada no último terço do campo, deixando Cano e posteriormente John Kennedy muito sozinhos.
Ainda, Pep Guardiola se disse impressionado com a capacidade de troca de passes do Fluminense mencionou, em outras palavras, que dificilmente seu time é envolvido desta maneira.
Um outro fator já previsto no artigo anterior é a superioridade técnica do clube inglês. Ter um jogador como Rodri, que acha passes verticais com extrema facilidade, ganha jogos e cria goleadas.
De todo modo, não apenas pelo estilo, mas também por desajuste posicional e de marcação, o City conseguiu ser campeão aplicando uma goleada e sem três dos seus melhores jogadores: De Bruyne, Doku e Haaland.
Por fim, restou mais uma vez expressa a disparidade técnica entre as equipes europeias e sul-americanas, evidenciando o abismo na capacidade de investimento entre eles.
Parabéns ao Manchester City, que ano após ano recheia galeria de troféus.
Imagem: Giuseppe Cacace/AFP
Escrito por Vitor F L Miller.