Mario Zagallo: O Velho Lobo

Mario Jorge Lobo Zagallo Velho Lobo morre aos 92 dies aged è morto

Mario Zagallo nos deixou no último dia 05 de janeiro de 2024, aos 92 anos de idade.

Nada mais justo que colocá-lo na nossa ala de Protagonistas, já que ele, depois de Pelé, pode ser considerado o maior personagem da história da Seleção Brasileira.

Entenda o que fez com que Zagallo, o Velho Lobo, se tornasse essa figura tão importante para todo o esporte.

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A carreira de Zagallo como jogador

Ao contrário do que muitos imaginam, Mario Jorge Lobo Zagallo, ou apenas, Zagallo, não é nascido na cidade do Rio de Janeiro.

Apesar de ter passado toda sua vida na Cidade Maravilhosa, este ícone mundial é da pequena cidade de Atalaia, em Alagoas, vindo ao mundo em 09 de agosto de 1931.

Município de muita sorte, dado que com apenas 50 mil habitantes (atualmente), também é a casa de Aloísio Chulapa, campeão mundial pelo São Paulo e ex-jogador de PSG, Saint Étienne, Flamengo, Vasco da Gama, Athletico Paranaense e tantos outros.

De todo modo, o pequeno Mario não chegou a criar lembranças nas terras alagoanas, se mudando junto de sua família, que possuía uma fábrica de tecidos, ao Rio de Janeiro, apenas oito meses após seu nascimento.

Os Zagallo se estabeleceram no bairro da Tijuca, na zona norte carioca.

Desde muito cedo, o filho do senhor Aroldo, já demonstrava que o esporte seria sua vida. Sócio do América-RJ, Mario passava o dia no clube.

Lá, nutriu amor por seu clube de coração, pelo futebol e pelo esporte.

Entrou na categoria amadora (as divisões de base ainda não tinham a definição dos dias de hoje) do América-RJ para jogar bola, mas não apenas isso.

Era um assíduo jogador de vôlei e tênis de mesa.

Apesar de boa parte das fotos e retratos de Zagallo serem com a camisa do Botafogo, começou no rival, o Flamengo.

Vindo dos amadores do América-RJ, ele segue para o Flamengo, na mesma categoria, em 1950.

Depois de um ano no clube da Gávea, ele finalmente foi promovido aos profissionais. Logo, aos 20 anos de idade, ele estreia pelo Flamengo, clube pelo qual mais atuou como jogador.

Em sua passagem pelo Rubro Negro, foram 217 jogos, com 30 gols marcados, de 1951 a 1958.

Imagem: Acervo Flamengo

No pós Copa do Mundo, ele tentava definir com a diretoria do Flamengo maneiras de mantê-lo na equipe. Zagallo teria pedido um emprego na Caixa Econômica Federal, ao término de sua carreira, para que pudesse garantir um futuro, algo muito complicado para os jogadores de futebol, sobretudo naquela época.

Ocorre que Flamengo e Zagallo, apesar da vontade do Velho Lobo, não chegaram a um acordo. Com isso, diversas equipes buscaram a contratação do ponta esquerda campeão mundial. Em entrevista a Jayme Pimenta Valente Filho no livro ‘Mário Jorge Lobo Zagallo: Entre o Sagrado e o Profano, uma história de vida’, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Portugal, 2006, nosso eterno craque menciona ofertas da Portuguesa, Botafogo e do Palmeiras, que era a mais alta de todas.

Após avaliá-las, decidiu aceitar o Botafogo por dois motivos principais. Primeiro, sua esposa era professora, e mudar-se para São Paulo poderia ser um problema para o desenvolvimento de sua profissão. Depois, sabia da qualidade do time do Botafogo, que já contava com craques como Nilton Santos e Garrincha.

Desta maneira, ele se junta ao Glorioso, onde em 115 jogos ele marca 46 gols. Sua carreira como jogador profissional chega ao fim em 1965, aos 36 anos.

Por quais equipes Zagallo jogou? - Lance!

Imagem: Arquivo Botafogo

Por clubes, ganhou os seguintes títulos:

  • Torneio Rio–São Paulo: 1962 e 1964
  • Campeonato Carioca: 1948, 1957, 1961 e 1962
  • Torneio Início do Campeonato Carioca: 1961, 1962 e 1963
  • Torneio Municipal de Futebol do Rio de Janeiro: 1951
  • Torneio Governador Magalhães Pinto: 1964
  • Torneio Triangular de Porto Alegre de 1951
  • Torneio Internacional da Colômbia: 1960
  • Torneio Internacional da Costa Rica: 1961
  • Torneio Pentagonal do México: 1962
  • Torneio Jubileu de Ouro da Associação de Futebol de La Paz: 1964
  • Panamaribo Cup de 1964
  • Torneio de Paris de 1963

A carreira de Zagallo como treinador de clubes

É uma vida inteira dedicada ao futebol e a transição de dentro para fora das quatro linhas não foi nada sutil.

Zagallo é mais um daqueles casos em que um dia seu companheiro de equipe treina e joga com você; no outro, ele está te comandando da área técnica.

Ao finalizar sua carreira como atleta em 1965, aos 34 anos, o Velho Lobo não perdeu tempo e foi escolhido para se tornar o técnico do Botafogo logo no ano seguinte.

Ele sempre teve um grande entendimento e leitura de jogo, o que o credenciou a comandar seus até então companheiros de time.

A equipe deu liga instantaneamente. Pode se dizer que este, é o maior time do Botafogo de todos os tempos.

Foram dois Campeonatos Cariocas (1967 e 68) e o tão esperado Brasileirão de 1968. Isto tudo, sem seu maior craque, Garrincha, que se despediu do Glorioso em 1965.

Dali em diante, o Velho Lobo construiu sua história mais do que vitoriosa por clubes. Treinou os quatro grandes do Rio de Janeiro, bem como o Bangu e o Olaria, sendo a cidade maravilhosa sua eterna residência.

Veja imagens históricas da carreira de Zagallo, único tetracampeão do mundo de futebol | CNN Brasil

Imagem: ARQUIVO/ESTADÃO CONTEÚDO

Empilhou títulos por onde passou, sendo eles:

Botafogo
  • Torneio Início do Campeonato Carioca: 1967
  • Taça Guanabara: 1967 e 1968
  • Campeonato Carioca: 1967 e 1968
  • Campeonato Brasileiro: 1968
  • Torneio Internacional da Cidade do México: 1968
  • Troféu Triangular de Caracas: 1968
Fluminense
  • Campeonato Carioca: 1971
  • Taça Guanabara: 1971
  • Torneio Quadrangular de Salvador: 1971
Flamengo
  • Copa dos Campeões: 2001
  • Campeonato Carioca: 1972 e 2001
  • Taça Guanabara: 1972, 1973, 1984 e 2001
  • Torneio do Povo: 1972
Al-Hilal
  • Campeonato Saudita: 1978–79
Vasco da Gama
  • Torneio João Havelange: 1981
  • Troféu Colombino: 1980
  • Taça Adolpho Bloch: 1990
Bangu
  • Torneio Cidade do Aço: 1988

O Velho Lobo e a Seleção Brasileira

Conforme mencionado no início deste artigo, o peso de Mario Zagallo na história da Seleção Brasileira é imenso.

Ainda que nunca tivesse se tornado técnico ou coordenador, figuraria entre a seleta lista de jogadores a ganharem dois mundiais. Isto, por si só, serviria para se tornar ídolo supremo de todo um país.

Acontece que ele é o personagem com maior participação em campanhas vitoriosas de Copa do Mundo. São dois títulos como jogador, um como treinador e um outro como coordenador.

Sozinho, Zagallo participou ativamente de quatro dos cinco títulos dos Canarinhos. Se ele fosse um país, estaria empatado com a Alemanha e a Itália como o segundo maior ganhador. Simplesmente absurdo e único.

Zagallo é brasileiro. De corpo e alma.

Apenas quem nasce neste gigantesco país sabe a sensação da chegada da Copa do Mundo. A Federação entra em festa e, para quem não sabe, a maioria dos postos de trabalho oferecem ponto facultativa, ou seja, o trabalhador tem a opção de não trabalhar em dias de jogo do Brasil.

Uma foto que fica, principalmente para àqueles de idade mais avançada, é a imagem do Velho Lobo na tela da TV, nestes dias tão folclóricos.

Morre uma lenda do futebol: Brasil perde Zagallo

Imagem: Reprodução

A Copa de 1958

O ano de 1950, na cabeça dos brasileiros, tem apenas um significado: Maracanaço.

O povo se reuniu para assistir à final da Copa daquele ano, mas os planos de festa foram frustrados pela Seleção Uruguaia, que levou seu segundo mundial e causou marcas inexplicáveis.

A Copa de 1958 seria a primeira a contar com o maior da história, Pelé. Edson Arantes do Nascimento havia prometido ao seu pai, na perda da Copa de 50, que se tornaria jogador e que daria o orgulho do título a ele.

Assim foi, oito anos depois.

Muito se fala das atuações de Pelé e Garrincha, que sem dúvidas foram os principais jogadores para o triunfo. Entretanto, estressaremos aqui o papel fundamental de Zagallo.

O Velho Lobo sempre atuou como ponta esquerda, mas nessa Copa do Mundo, orientado pelo técnico Vicente Feola, passou a exercer um papel tático interessantíssimo, ainda que esta escola não estivesse desenvolvida como nos dias de hoje, mostrando sua inteligência e pioneirismo.

O Brasil jogava num 4-2-4, mas Feola sentia que a equipe ficava muito exposta desta maneira.

Assim, alterou o esquema para um 4-3-3, especificamente para a Copa do Mundo. O intuito era ter Zagallo na segunda linha, ao invés da terceira, para povoar o meio de campo e melhorar a marcação no setor.

Ocorre que, como a Seleção tinha uma qualidade absurda, costumava tomar a iniciativa nas partidas, fazendo com que Zagallo se juntasse ao quarteto de ataque. Porém, quando a bola era perdida, ele era o principal jogador a baixar a linha e proteger o sistema defensivo.

O resultado foi tão impressionante que, ainda que se tratasse do futebol ultraofensivo do final dos anos 50, o Brasil sofreu apenas quatro gols em toda a competição, e não foi vazado em quatro das seis partidas.

Zagallo foi escolhido por ter uma leitura do jogo à frente de seu tempo, bem como por seu preparo físico, deixando Pepe, um dos maiores jogadores e vice-artilheiro da história do Santos, com 406 gols, atrás apenas de Pelé, no banco.

Pelé, que era suplente, entra nas quartas de final, faz o gol da classificação contra Gales, um hat-trick contra a França e anota mais dois contra os donos da casa, a Suécia, na final.

Ali, foi a primeira vez que o povo brasileiro sorriu numa Copa do Mundo e Zagallo abria sua galeria de títulos mundiais.

Com morte de Zagallo, todos os titulares do título mundial de 1958 já morreram | CNN Brasil

Imagem: Arquivo/Estadão Conteúdo

A Copa de 1962

Em 1962, no Chile, o Brasil já era favorito.

Pelé já era considerado o Rei do futebol e conhecido mundialmente. Naturalmente, recaía sobre ele a responsabilidade de chegar ao segundo título mundial.

Na estreia, o Rei e o Velho Lobo foram os responsáveis por darem início à campanha vitoriosa. Um gol de cada para vencer o México por 2×0.

O jogo seguinte, contra quem seria o adversário da final, a Tchecoslováquia. A partida terminou em 0x0 e teve uma baixa importante. Pelé se machucou, sendo este seu último jogo na competição.

Mesmo assim, não havia necessidade de se desesperar. Pelé declarou que o Brasil ia além dele e tinha razão.

Garrincha tomou para si a Copa do Mundo. Ao lado de seus companheiros, promoveram atuações espetaculares e levaram o Brasil à sua segunda conquista, vencendo a Tchecoslováquia por 3×1.

O Velho Lobo, claramente, estava presente como titular.

Imagem: REGINALDO MANENTE/ESTADÃO CONTEÚDO

A Copa de 1970

Esta Copa do Mundo era diferente para Zagallo.

Depois da doída derrota na Copa do Mundo de 1966, Pelé já anunciava que em 1970, seria sua despedida do torneio mais importante do planeta.

A massa brasileira já sentia aquele frio na barriga, criando uma grande atmosfera para que a Seleção saísse campeã.

Zagallo tinha apenas quatro anos como técnico quando foi chamado para assumir esta responsabilidade colossal.

O sucesso pelo Botafogo foi instantâneo, fazendo com que de 1966 a 1968 o Glorioso disputasse e até superasse Santos e Palmeiras.

Assim, ele assume a Seleção Brasileira em 1969.

A escalação titular eleita por Zagallo para disputa da Copa foi a seguinte:

Félix; Carlos Alberto Torres, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Rivellino, Jairzinho, Tostão e Pelé.

Realmente, a maior seleção nacional de todos os tempos. Jogou e encantou. Muito pela genialidade de Zagallo, mas também pelo apogeu do futebol brasileiro, que contava com jogadores absolutamente espetaculares e impecáveis em todas as posições do campo.

Todos os jogadores do elenco são ídolos eternos de seus clubes e marcados na história de seus respectivos, como também da Amarelinha.

Para se ter uma ideia da genialidade de Mario Jorge Lobo Zagallo e entender seu pioneirismo quando o assunto é tática, deixaremos a transcrição do grande técnico Vanderlei Luxemburgo sobre a Copa de 70, em entrevista para o Podcast Denilsonshow:

“A maior revolução tática do futebol mundial foi feita pelo brasileiro. Não foi o Rinus Michels que fez a Laranja Mecânica (Holanda de 1974), não. Foi pelo brasileiro, chamado Mário Jorge Lobo Zagallo. Em 1970, o conceito tático de 1970, você joga até hoje, com a dinâmica diferente.

O Zagallo em 70 jogou com três zagueiros, e ninguém fala isso. O Everaldo era um terceiro zagueiro. Jogou com um volante recuado para zagueiro, que era o Wilson Piazza, porque ele tinha uma saída de bola boa e segurava o Brito e o Everaldo. Ou seja, meio campo, posse de bola, marcação por setor, marcação por zona, marcação como equipe.

A marcação não começava só neles, ela chegava neles. E botou na frente deles, Jairzinho, Pelé e Rivelino.

E colocou o Tostão, que o Messi foi ser o Tostão, depois de muito tempo. Por que que ele colocou o Tostão ali? Porque o Tostão era o cara que sabia jogar, saía pra jogar, fazia a tabela. Tanto é que ele mete a bola pro Clodoaldo fazer o gol contra o Uruguai, uma metida de bola fantástica, e o Jairzinho, o Pelé, o Rivelino, e os caras entravam ali.”

As atuações eram diferentes de tudo que já se havia visto num campo de futebol. Os jogadores levitavam em campo e jogavam como música.

O Brasil não tomou conhecimento de nenhum adversário. Venceu todas as partidas do torneio. Marcou incríveis 19 gols em 6 partidas e concedeu apenas 7.

Na final, um sonoro 4×1 sobre a grande Itália, de Facchetti, Mazzola e Riva.

Com o apito final, Pelé atingiu o inatingível e se tornou o único atleta da história do futebol a vencer três Copas do Mundo como jogador.

Zagallo, por sua vez, conquistava sua terceira estrela e, até então, havia participado de todos os títulos de Copa do Mundo da Seleção Brasileira, o que, inclusive, perdurou até 2002.

Zagallo: Uma mente à frente do seu tempo

Imagem: Arquivo / Agência O Globo

A Copa de 1994

A Seleção Canarinho não vivia bons momentos nos últimos anos. Depois de outra marca grave nos corações brasileiros em 1982, com a geração mágica de Sócrates, Falcão, Junior, Zico e tantos outros, o país verde e amarelo havia perdido a Copa do Mundo de 1990 para seu maior rival, a Argentina.

Falcão entra como técnico no pós Copa, mas por rusgas com a CBF e resultados não expressivos, sai em 1991.

Muitos nomes foram cogitados para assumir, sendo o Velho Lobo um deles.

Por fim, o eleito para chegar o cargo de técnico foi Carlos Alberto Parreira.

A estrada foi tortuosa. O Brasil teve imensas dificuldades de se classificar para a edição dos Estados Unidos, além da derrota da Copa América de 1993, nos penaltis, novamente para a Argentina, com um time alternativo.

A CBF e Parreira sabiam que precisavam de um nome consagrado para gerir os talentos de 94. Por esta razão, Mario Jorge Lobo Zagallo foi chamado para ser o coordenador de seleções.

Sendo disciplinador e, mesmo não tendo uma relação estreita com um dos grandes do futebol brasileiro, Romário, ele foi fundamental para a manutenção do grupo.

O Brasil fez uma Copa do Mundo consistente, contando com as atuações magistrais de Romário e Bebeto, mas sobretudo com os gols do Baixinho.

Os Canarinhos vencem a Itália nos penaltis depois de um 0x0 e faturam sua quarta Copa do Mundo, coincidência ou não, a quarta de Zagallo.

Tetracampeões se emocionam ao falar de Zagallo: 'Referência'

Imagem: Reprodução UOL

A Copa América de 1997

O homem com tantos títulos importantes ainda teria mais lenha para queimar no futebol.

Com a vitória na Copa do Mundo, Parreira deixou o cargo de treinador, restando vago o chapéu.

O escolhido para assumi-lo vocês devem imaginar quem foi. Sim, o próprio.

Mesmo tendo participado de todos os títulos mundiais brasileiros até o momento, o Velho Lobo sofria enorme desconfiança por parte da mídia nacional, sendo extremamente cobrado pelos maus resultados em amistosos e torneios de segundo escalão.

Ele então, monta uma das seleções brasileiras mais avassaladoras, que contava com um ataque de simplesmente Romário e Ronaldo Fenômeno.

O Brasil fez atuações espetaculares sob o comando do Velho Lobo, como a vitória na estreia por 5×0 contra a Costa Rica e o triunfo por 7×0 contra o Peru na semifinal.

Contudo, nem tudo foram rosas, muito pelo contrário.

Como dito anteriormente, Zagallo e Romário não tinham uma relação estreita, para dizer o mínimo. Logo na primeira partida, o Baixinho reclamou em entrevista coletiva por ter sido substituído. Zagallo o repreendeu.

Anos depois, o Velho Lobo teria afirmado que Romário havia forjado uma lesão na semifinal da competição, o que foi negado pelo camisa 9.

De todo modo, o Brasil se sagrou campeão vencendo a Bolívia por 3×1, dentro de sua própria casa, enfrentando a altitude de La Paz.

Com o apito final, a explosão e uma das, se não, a entrevista mais marcante da Seleção Brasileira:

“Dá pra falar, sim! Ganhamos! Com dificuldade. Não tínhamos a mesma velocidade (respira fundo – muita dificuldade por conta da altitude de La Paz).

Mas tínhamos o coração!  É pra você. Vocês sabem quem são. Não preciso dizer mais nada. 

Vocês vão ter que me engolir!”

Vale a menção honrosa à Copa de 1998, na qual ele, mesmo com toda a carga de contestação, chegou à final.

Vocês vão ter que me engolir': entenda a origem da frase histórica de Zagallo

Imagem: Reprodução OGlobo

O número 13 e a despedida

Uma das histórias mais marcantes do Velho Lobo era o número 13.

Completamente aficionado pelo algarismo, ele explica que tudo isso começou com sua esposa, Alcina, devota ferrenha de Santo Antônio.

As coincidências (ou não), com o número 13 começam no dia de seu casamento, 13 de janeiro de 1955. Além disto, o dia 13 era o do aniversário de Alcina.

Na sua passagem para o comando técnico do Botafogo, ele também adotou o número 13 e passou a ganhar os títulos já narrados aqui.

Com 13 letras ou não, Zagallo foi respeitado por onde passou. Não só como jogador, treinador ou coordenador, mas como ser humano.

Sempre foi um exemplo de resiliência atrelada ao talento. A maior personalidade do futebol brasileiro, logo atrás de Pelé.

Isto é muita coisa. Chega a ser imensurável.

Com sua morte, devido à sua idade avançada de 92 anos, personalidades do mundo do esporte e também fora dele se reuniram prestando os pêsames à família e amigos.

Lembram-se que Romário e ele não tiveram a melhor das relações? Independente de qualquer questão do passado, Romário foi a público exaltar a imagem de Mario Jorge Lobo Zagallo, apontando o seu tamanho perante a nação brasileira.

Zagallo eterno (13 letras).

Adeus a Zagallo: Ronaldo, Parreira, Galvão Bueno e outros nomes se despedem do Velho Lobo - Folha PE

Imagem: Reprodução Instagram

Escrito por Vitor F L Miller.

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