Nada mais nada menos que Ronaldo Fenômeno, jogador único, lendário e inabalável. Do começo avassalador a CEO de respeito e Streamer nas horas vagas.
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Ronaldo Nazário de Lima
Ronaldo nasceu no dia 22 de setembro de 1976 na cidade do Rio de Janeiro. Passou sua infância no bairro de Bento Ribeiro na Zona Norte, junto de seus pais e seis irmãos. Como a maioria dos jogadores brasileiros, Ronaldo passou por muitas dificuldades financeiras na infância, mas que nunca fizeram com que o pequeno garoto de dentes grandes deixasse de mostrar sua aptidão e amor com o futebol.
Quando Criança, Ronaldo costumava matar as aulas para jogar na quadra de um clube que ficava próximo a sua escola, O Valqueire Tênis Clube. Aos 12 anos passou a fazer parte da equipe de futsal, onde se destacava com arrancadas cheias de vigor e graciosidade, além de já demonstrar um faro de gol ímpar.
Aos 13 anos, Ronaldo acabou indo jogar no Social Ramos Clube, onde disputou o Campeonato Carioca Mirim de Futsal de 1989, na ocasião anotou 48 gols, que infelizmente não fizeram com que o Social Ramos Clube fosse campeão, porém conseguiram o 3º lugar na competição, que os qualificaram para o campeonato brasileiro da categoria. Dessa vez o clube foi vice-campeão e Ronaldo o vice artilheiro.
Com tanto destaque pelo futebol de qualidade apresentado nos torneios mirins de futsal, Ronaldinho sabia que sua vida seria sempre ao lado da redonda, e que por muito tempo ela seria sua maior companheira, sendo assim, tentou treinar nas categorias de base de se time do coração, o Flamengo, porém não foi possível dar continuidade a este sonho, uma vez que os treinos eram muito longe de sua casa e ele e sua família não conseguiam arcar com o dinheiro do transporte.
Sendo assim, Ronaldo aos 14 anos passou a treinar na base do São Cristóvão, clube tradicional do Rio de Janeiro, que ficava localizado no bairro de São Cristóvão, muito mais perto da casa do promissor artilheiro. A transição de Ronaldo para o futebol de campo foi natural, e as condições e aprendizados que trouxe do futsal, foram importantíssimos para que Ronaldo conseguisse imprimir dentro de campo um futebol veloz, com dribles curtos e desconcertantes e acima de tudo rápida tomada de decisões.
Por demonstrar tão cedo qualidades ímpares jogando futebol, aos 14 anos Ronaldo teve seu passe comprado por volta de 10 mil dólares pelo lendário Jairzinho, o incansável ponta campeão da Copa de 70. Ronaldo continuara brilhando nas categorias de base do São Cristóvão, sendo assim, Jairzinho se movimentou e ofereceu o jovem talento ao Cruzeiro, que aceitou a oferta e em janeiro de 1993 Ronaldo foi comprado por cerca de 25 mil dólares.
O Início avassalador no Futebol Profissional
Logo ao chegar no Cruzeiro, Ronaldo treinava muito bem e se mostrava um garoto 100% focado, sendo assim começou a despertar muito interesse da equipe principal.
Em abril de 1993, foi convocado para a seleção brasileira Sub-17 para disputar o Campeonato Sul-americano da categoria, o que para o até então tímido garoto, foi essencial para mostrar ainda mais sua qualidade que já estava em ponto de ebulição.
No Campeonato disputado na Colômbia, o Brasil passou para a fase final, porém acabou ficando em 4º lugar da competição, mas mesmo assim Ronaldo conseguiu mostrar ao mundo seu futebol de alto nível, foi o artilheiro da competição com 8 gols.
Como não podia ser diferente, quando voltou ao Brasil, logo foi promovido para a equipe principal do Cruzeiro, onde fez sua estreia contra a Caldense no dia 25/05/1993. 2 meses após sua estreia, a Raposa foi fazer uma excursão em solos portugueses. O técnico Carlos Alberto Silva levou o tímido garoto dentuço pensando apenas na composição de elenco, além de que, poderia ser uma boa experiência para Ronaldo fazer a viagem com seus companheiros de equipe.
Porém a excursão foi muito mais que isso para Ronaldo, pode-se dizer que esse foi o grande ponto de virada em sua carreira. Em Lisboa, no estádio do Restelo, contra a equipe do Belenenses, no dia 05 de agosto de 1993, após cruzamento de Roberto Gaúcho, Ronaldo sobe e acerta linda cabeçada no canto do goleiro. Esta lá o primeiro gol da carreira daquele que estava para ser um dos melhores jogadores já vistos em todo mundo.
Voltando da excursão, Ronaldo passou a fazer parte do time titular da Raposa. Jogou em 1993 29 partidas e marcou 28 gols com a camisa celeste. Na temporada de 1994 não foi diferente, Ronaldo continuava evoluindo, fazia gol de cabeça, de esquerda, de direita, driblando um, dois, três adversários, era coisa de louco. Ronaldo foi importantíssimo para a conquista do título mineiro deste ano, ele foi o artilheiro da competição com 22 gols.
Diante de um começo de temporada tão glorioso, diversos clubes da Europa tentaram contratar a jovem promessa brasileira, mas quem levou a melhor foi o PSV da Holanda, que desembolsou algo em torno de 6 milhões de dólares.
O atacante começou tão bem a segunda temporada como profissional do Cruzeiro que além de negociado para Europa por um ótimo valor, foi convocado para a Copa do Mundo de 1994. No torneio, o jovem goleador acabou não jogando nenhuma partida, porém a vivência que teve com a equipe campeã, recheada de craques como Dunga, Bebeto e Romário, fez com que o garoto dentuço ganhasse ainda mais experiência e bagagem, que certamente seriam utilizadas ao longo de sua jornada.
Ao todo pela Raposa, o jovem artilheiro disputou 58 partidas e fez 56 gols, uma média de quase um gol por partida disputada, marca impressionante para um garoto de 16/17 anos de idade.
A Chegada no Velho Continente
Ronaldo chegou na Holanda badalado. Era tido como uma das grandes promessas do futebol mundial, e como de costume, superou as expectativas. O campeonato holandês parecia fácil para o jovem artilheiro. Ronaldo deslanchou e passou a fazer gol atrás de gol e acabou o campeonato holandês com 30, se consagrando o artilheiro isolado da competição.
Mesmo com todo o destaque individual do brasileiro, não foi possível que o PSV levantasse a taça, que foi conquistada pelo Ajax, que a época era um dos melhores times da Europa, contando com jogadores como Kluivert, Litmanen, Van der Sar, Davids, Seedorf e Rijkaard, time esse que se sagrou campeão também da Liga dos Campeões na mesma temporada.
Já na temporada 1995/1996 Ronaldo acabou jogando menos, isso ocorreu pois começou a ter problemas em ambos joelhos. No começo de 1996 fez sua primeira cirurgia, uma raspagem na cartilagem do joelho direito, que segundo os médicos, a jovem promessa deveria ter uma recuperação cautelosa, o que não ocorreu, pois em menos de 2 meses Ronaldo já estava jogando de novo.
Porém desta vez, após sua cirurgia o artilheiro passou a ser deixado constantemente no banco de reservas, o que fez com que ele ficasse descontente com a situação, uma vez que percebia que ele ainda era a principal peça da equipe holandesa. Tal situação possibilitou que Ronaldo saísse do PSV. Qual seria o seu destino? Barcelona e Inter de Milão disputavam fortemente a corrida para contar com o craque, mas em meados de 1996, foi o Barça que se deu melhor e contratou a joia brasileira por 20 milhões de dólares.
Mesmo sem jogar muito na temporada 1995/1996, Ronaldo manteve uma média altíssima de gols, em 21 jogos disputados, balançou as redes 19 vezes, ajudando o PSV a se consagrar campeão da Copa Holandesa. Sendo assim encerrou sua passagem pelo PSV com nada mais nada menos que 54 gols em 57 partidas disputadas.
Barcelona
Aos 19 anos de idade, em meados de 1996, o artilheiro que vinha enlouquecendo o mundo do futebol chega ao Barcelona, clube tradicionalíssimo da Espanha. Sendo assim, os holofotes passaram a estar fixos em Ronaldo.
Ronaldo demonstrou no Barcelona tudo o que sabia de futebol, era o mais veloz, o mais habilidoso, o mais inteligente e o que mais sabia fazer gols. O ainda jovem parecia um veterano de tanta intimidade que tinha com sua fiel escudeira (bola), ele parecia colocá-la onde queria, era inexplicável o que o carismático garoto fez com a camisa do Barcelona. Um gol que demonstra muito bem todas as qualidades do craque foi o que ele fez contra o Compostela na 5ª rodada da La Liga.
Ronaldo rouba a bola no meio de campo, e começa a correr. O jogador que perdeu a bola chuta sua perna por diversas vezes, tenta puxar sua camisa mas não acontece nada com o craque, que continua indo em direção ao gol. Passa mais um marcador como se não houvesse ninguém ali. Chegando perto da área, dá rápido corte para a direita, deixando mais um defensor na saudade, já dentro da área, toca a bola de um pé para outro. Quando o Goleiro Fernando sai para abafar, Ronaldo só toca para o fundo do gol.
Ali o Mundo inteiro teve noção de quem era Ronaldo, o jovem magrelo, carequinha e dentuço fazia com quem visse ele jogando se apaixonasse por seu futebol, que era um futebol cheio de requintes dribles e firulas, mas muito conciso, que sempre buscava e no final chegava no gol.
A temporada de Ronaldo pelo Braça foi mágica, trouxe junto a seus companheiros para a torcida Blaugrana o título de campeão da Copa do Rey e também da Recopa Europeia. Por pouco não conquistaram a La Liga, que por apenas dois pontos ficou com o arquirrival o Real Madrid.
Nesta temporada Ronaldo impressionou o mundo do futebol, e com muito merecimento foi considerado o melhor jogador do Mundo pela Fifa em 1996, tendo sido o jogador mais novo da história a ganhar esse título individual, o craque tinha apenas 20 anos de idade. Na temporada 1996/1997 o melhor do mundo disputou 37 jogos com a camisa do Barça e marcou 34 gols, mantendo sua incrível média de quase um gol por jogo.
Após temporada avassaladora, Ronaldo tentou uma renovação de contrato com aumento salarial, o que foi recusado pelo presidente do Barcelona na época. Sendo assim, a Inter de Milão, que já tinha Ronaldinho como sonho antigo, não perdeu tempo e pagou a multa rescisória do craque, que girava em torno de 36 milhões de dólares. Mesmo triste com a situação e querendo jogar mais, Ronaldo com apenas 1 temporada pelo Barça se despediu da torcida Blaugrana.
Internazionale, das Glória às Dores
Ronaldo assinou seu contrato com a Internazionale em meados de 1997, enquanto disputava a Copa América pela amarelinha, sagrando-se campeão.
Ronaldo continuava em ótima fase, chegou na Inter como o melhor jogador do mundo e manteve o desempenho. Fato curioso é que teve que usar a camisa número 10, já que a 9 pertencia a Iván Zamorano, craque chileno. O artilheiro tupiniquim começou a temporada 1997/1998 voando, marcou 14 gols em 19 jogos, e foi eleito novamente o melhor jogador do mundo.
Após começo implacável na Itália, e por causa de seu magistral futebol, Ronaldo ganhou um apelido da imprensa italiana e passou a ser chamado de “fenômeno”, como é conhecido até hoje. A temporada 1997/1998 estava indo muito bem para Ronaldo e a Inter, que muito provavelmente se sagrariam campeões da Liga Italiana, que não era conquistada há mais de 7 anos pelo importante clube de Milão. Porém em jogo decisivo e polêmico contra a Juventus, em que Ronaldo sofreu um pênalti escandaloso e o juiz não marcou, a Inter deixou escapar o título da Liga.
Entretanto, depois, veio o título de campeão da Copa da Uefa, que serviu para reerguer o ânimo e a moral da equipe milanesa. O craque brasileiro marcou 34 gols em 47 partidas pela Inter na temporada 1997/1998.
Após a temporada, Ronaldo foi com a Seleção Brasileira disputar a Copa do Mundo de 1998 na França, a expectativa era grande para a atual campeã, ainda mais por agora poder contar com a base da seleção campeã de 1994, somada a grandes reforços como Ronaldo e Rivaldo. O Brasil fez uma ótima Copa do Mundo, porém acabou perdendo a final para a anfitriã França por 3×0.
Ronaldo vinha fazendo uma boa Copa do Mundo, e marcou 4 gols pela amarelinha, porém seu desempenho vinha dividindo opiniões. A mídia estava toda hora atrás dele, tudo era o fenômeno, o que causou certo desconforto pro craque e para a seleção.
Ronaldo ainda passou por poucas e boas nessa Copa. Horas antes da final Ronaldo convulsionou diante de seus companheiros, mesmo assim conseguiu se recuperar a tempo para jogar a final contra a França, que sabemos que não foi o que se esperava. Por causa desse episódio, o craque foi alvo de diversas especulações da mídia, o que causou por muito tempo diversos desconfortos.
Ao voltar para a Inter, a temporada 1998/1999, começou diferente, Ronaldo sofreu com algumas tendinites em seu joelho ficando afastado algumas partidas, até que em partida contra o Lecce o pior aconteceu. Ronaldo torceu seu joelho direito, estirando seus ligamentos, sendo assim teria que ficar 5 meses parado, voltando a jogar apenas em 2000.
Logo em sua reestreia em jogo válido pela Copa da Itália contra a Lazio, Ronaldo entrou no segundo tempo, e em seu primeiro lance foi tentar dar típica arrancada em direção ao gol, porém seu joelho logo cedeu. A imagem foi fortíssima. Parecia que seu joelho iria ser ejetado. Dessa vez o Fenômeno teve que ter uma recuperação mais longa, ao todo ficou 15 meses longe dos gramados.
Seu retorno foi gradual, a reestreia foi na Copa da Uefa contra o Brasov da Romênia, porém a temporada de 2001/2002 não foi boa para o craque, que continuou sofrendo com contraturas e tendinites no joelho, que o fizeram ser nesse ano apenas opção no banco de reserva da Inter, e foi de lá que o artilheiro viu o título italiano escapar na derrota por 2 x 4 contra a Lazio na última rodada, o que possibilitou a Juventus a conquistar mais um título.
O craque então fazia sua última temporada pelos Nerazzurri, ao todo, em quase 5 anos de Internazionale, o artilheiro fez 59 gols em 99 jogos, bons números, porém não era o que ele e a torcida esperavam. Além da convivência com as lesões, Ronaldo começou a se desentender com o técnico da Inter na época, bem como com a diretoria, o que possibilitou sua saída em agosto de 2002 para o Real Madrid, por uma bagatela de 45 milhões de euros.
Copa do Mundo de 2002, a Volta por Cima
O artilheiro, mesmo convivendo com muitas lesões nas temporadas anteriores a Copa do Mundo de 2002, era o atacante preferido do treinador Luiz Felipe Scolari. Mesmo não tendo participado muito da sofrida eliminatória, talvez por isso a Amerelinha tenha tido tantas dificuldades para se classificar para o mundial. O R9, se preparou muito para esse momento, mesmo com muitas dúvidas a respeito de sua condição física, o artilheiro não se abalou e começou o torneio com tudo.
A Seleção de Felipão foi para a Coréia e Japão recebendo muitas críticas, da torcida e da mídia, principalmente por não ter convocado o baixinho Romário, e optar por Rivaldo e Ronaldo, que eram jogadores da elite do futebol mas que vinham convivendo com problemas físicos. Porém Felipão tinha um plano, o Gaúcho entendia que a seleção deveria marcar forte e ter uma transição rápida, pois sabia que na frente tinha grandes valores que colocariam a bola no fundo da rede.
Felipão decidiu formar a equipe em um 3-5-2, e tinha como time titular Marcos, Lúcio, Edmilson e Roque Júnior, Cafu, Gilberto Silva, Juninho Paulista e Roberto Carlos, com Ronaldinho Gaúcho completando os 5 do meio e a frente Ronaldo e Rivaldo. Era um time muito bem montado, sobretudo em sua consistência e transição rápida, que foi possível pois Felipão tinha os dois melhores laterais do mundo jogando como alas, tendo assim mais liberdade para chegar ao fundo e auxiliar o ataque.
O Brasil começou o torneio em um jogo pegado contra a Turquia, que saiu na frente no começo do segundo tempo com gol de Sas. Porém o time não se abalou e aos 15 minutos do segundo tempo, Ronaldo, após lindo cruzamento de Rivaldo se esticou todo para empatar o jogo. Esse gol mostrou que Ronaldo estava pronto para o que viesse e que seu joelho não seria problema. No fim do jogo após arrancada de Luizão, o centroavante sofre pênalti cometido por Alpay. Rivaldo vai para a cobrança e coloca a bola com categoria no canto esquerdo do goleiro turco, Brasil ganha o primeiro jogo.
O primeiro jogo foi importante para mostrar que o Brasil não estava na Ásia a passeio, mas sim para ser campeão, além de mostrar também que os dois craques tupiniquins, Ronaldo e Rivaldo estavam em plenas condições físicas para jogarem tudo o que sabiam no torneio. O segundo jogo foi contra a China, o Brasil passeou e goleou por 4×0, com gols de Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo.
Já classificado, Felipão entrou contra a Costa Rica com time misto, mas mesmo assim o Brasil não tomou conhecimento do adversário, e ganhou o jogo por 5 x 2, com dois gols de Ronaldo, que já tinha 4 gols em 3 partidas. Completaram o marcador para o Brasil, Edmilson com um lindo gol de bicicleta, Rivaldo e Júnior.
Com ótima campanha na fase de grupos o Brasil começou a reconquistar o aconchego e reconhecimento da mídia, mas o mais importante foi o próprio time continuar acreditando que o Penta era possível e que eles fariam de tudo para se sagrarem campeões. As oitavas de finais foram contra a Bélgica, o Brasil jogou bem, sobretudo no segundo tempo, ganhando o jogo mais uma vez com gols de Ronaldo (5 gol em 4 jogos) e Rivaldo. Inclusive o gol de Rivaldo foi um dos mais bonitos dessa Copa, após receber passe de três dedos de Ronaldinho Gaúcho, ele domina a bola com o peito na entrada da área, vira o corpo e solta uma bomba.
Nas quartas de finais, o Brasil enfrentou a Inglaterra dos jovens craques Beckham e Owen. Era uma seleção cascuda com muita força aérea e com bastante velocidade no terço final do campo. A Inglaterra saiu na frente com gol de Michael Owen aos 23 minutos da primeira etapa, porém no finalzinho do primeiro tempo, Ronaldinho Gaúcho, acha passe açucarado para Rivaldo receber e colocar de chapa no cantinho do goleirão Seaman.
O jogo foi para o segundo tempo e logo aos 5 minutos Ronaldinho Gaúcho acerta uma cobrança de falta magistral. O garoto cobrou quase do meio de campo encostado na linha da lateral direita do campo. Chutou cruzado e a bola acabou encobrindo o goleiro, 2×1 para o Brasil.
O Brasil ainda sofreu um pouco até acabar o jogo e se classificou para as semifinais, onde encontraria novamente a seleção Turca.
Ronaldo estava preparado para a semifinais, e chegou no jogo com um visual diferente, raspou apenas a parte de trás do cabelo e inventou assim o famoso corte “cascão”, batizado desta forma pois lembrava o cabelo do personagem de Maurício de Souza. Até hoje não se sabe o motivo da escolha desse corte pelo R9, porém existem histórias que dizem quer era pra homenagear crianças brasileiras e outras que Ronaldo escolheu este estilo para desviar o foco da imprensa e dos times adversários de uma suposta micro lesão muscular que havia sofrido antes das semifinais, porém uma coisa é certa, o corte escolhido pelo craque trouxe sorte e ficou mundialmente conhecido.
O jogo contra a surpreendente Turquia foi muito complicado. O primeiro tempo inteiro foi lá e cá, com diversas chances criadas por ambos os times, que naturalmente na primeira etapa teve como destaque os goleiro Marcos e Rustu Recber. Porém no segundo tempo o Brasil começou melhor e logo no início Ronaldo fez um gol épico. Ele recebe a bola no canto superior esquerdo da entrada da área, domina ela com maestria e rapidamente da um belo chute de biquinho no canto cruzado do gol, o Brasil vai a loucura, 1×0 para a Amarelinha.
Após o gol, o jogo continuou muito disputado, tendo ambos os times chances de marcar. O Brasil inclusive perdeu vários gols fáceis, mas mesmo assim conseguiu segurar o resultado e se classificar de forma heroica para a final contra a Alemanha.
Chegara o dia da grande final, e Ronaldo estava muito nervoso com a situação, principalmente por causa do que havia vivido 4 anos antes na França, sendo assim, o astro conta que naquele dia pós almoço não quis ir pro quarto descansar, e que convenceu alguns de seus companheiros de equipe como o goleiro Marcos e o volante Vampeta a ficarem junto com ele tomando um cafézinho e trocando uma resenha, o que deu certo, já que o fenômeno chegou inteiro para o jogo.
O jogo começou tenso, muito truncado. No primeiro tempo ambas as seleções não conseguiram imprimir o ritmo desejado, mas mesmo assim o Brasil se sobressaía, principalmente pela atuação do jovem Kleberson, que conseguia escapar pelo meio e chegava de surpresa com muita propriedade. Inclusive foi dele o melhor lance do primeiro tempo, um lindo chute de chapa que explodiu no travessão.
O segundo tempo começou com a Alemanha pressionando o Brasil no campo de defesa. Aos 5 minutos, São Marcos operou um milagre. Após linda e potente cobrança de falta de Neuville, a bola tocou em Marcos e tocou com força a trave. A seleção europeia continuava no campo de ataque, tentando surpreender com chutes de longa distância, mais nenhum surtiu tanto efeito quanto a falta batida anteriormente. O Brasil então começo a entrar novamente no jogo.
Aos 20 minutos do segundo tempo, Ronaldo perde a bola no campo de ataque, porém prontamente a recupera, solta a bola para Rivaldo que chuta uma bomba de canhota, a bola pinga na frente de Oliver Khan que acaba soltando abola no pé dele, do predestinado, do merecedor, do artilheiro Ronaldo, que só empurra para dentro do gol, 1 x0 Brasil. Após o gol brasileiro, a Alemanha tenta ficar no ataque porém com mais chutes de longe não conseguiu chegar perto de ampliar o marcador.
Aos 33 minutos do segundo tempo Cafu solta a bola para Kleberson que estava no meio-campo pela direita. O garoto vai conduzindo a bola pela ponta e ganhando espaço, quando chega perto da área, corta a bola para o meio e tenta passe para Rivaldo, que lê a jogada de maneira única, fazendo um lindo corta luz. A bola então sobra nos pés do nosso artilheiro, na entrada da área Ronaldo domina com maestria e dá uma linda chapada no canto esquerdo de Oliver Khan, que nada pode fazer, Brasil Pentacampeão mundial.
Ronaldo fez junto de seus companheiros a Copa da vida, talvez a mais comemorada no mundo inteiro, diante de uma seleção que embarcou para a Ásia cheia de indagações e questionamentos dos torcedores e da mídia, mas que como uma grande família driblaram juntos todas as adversidades e conseguiram se sagrar a única Seleção pentacampeã do mundo. Ronaldo foi o cara da Copa, com 8 gols, só não recebeu o prêmio de melhor jogador pois esse ficou com Khan, já que era decidido antes da final.
Ronaldo mostrou novamente ao mundo sua capacidade de fazer e gols e ser decisivo, ele sabia de sua importância para seu país, e mesmo diante de tantas dúvidas e incertezas deu o seu melhor, não se abalou e foi primordial para a conquista do Mundial.
No final de 2022 ainda foi merecidamente contemplado como o melhor jogador do mundo.
Os Galácticos
A transação do Fenômeno da Inter ao Real Madrid não foi fácil.
Após sua complicada lesão no joelho, Ronaldo sentia que não tinha o apoio necessário vindo de seu clube, a Inter. Assim, pedia à Hector Cuper, treinador dos Nerazzurri à época, que o apoiasse emocional e desportivamente. Entretanto, tal apoio não veio.
Combinado à falta de apoio, que fazia com que Ronaldo entendesse que sua volta absoluta aos gramados fosse travada pelo treinador, o próprio jogador buscou maneiras de entendimento com o técnico e a direção do clube, o que também não foi frutífero.
Tais tentativas apenas estremeceram a relação entre Ronaldo e a Inter. O mercado, ao saber do que estava se passando, começou a fazer sondagens pelo astro.
Ademais, Ronaldo tinha pressa, pois a Copa do Mundo logo começaria e ele ainda não havia engrenado uma sequência de jogos relevantes. Foi muito importante contar com a confiança depositada por Felipão sobre o craque, que não titubeou e o levou para a Copa, com resultados já conhecidos por todos.
Enfim, chegava a Copa do Mundo e nenhum acordo foi feito entre o ex-presidente da Inter, Moratti, Ronaldo e o técnico Cuper, o que teria desdobramentos apenas após o término da competição.
Em setembro de 2002, após meses de negociação e uma Copa do Mundo mágica, Ronaldo assina com o Real Madrid por 45 milhões de euros.
O time que havia contratado Zinedine Zidane na temporada anterior, para se juntar com Roberto Carlos, Guti e muitos outros, era o atual campeão da Champions League, vencendo o Bayer Leverkusen na final.
Mas Florentino Pérez não queria medir esforços para montar um dos times mais lendários da história. Logo, chamou para compor seu elenco o Fenômeno artilheiro da Copa do Mundo.
A estreia de Ronnie, como é chamado carinhosamente pelos companheiros, foi adiada por 36 dias. O jogador sentiu uma lesão muscular, o que o afastou dos gramados. As brincadeiras maldosas já circulavam em muitos lugares, principalmente em Milão, onde os torcedores da Inter estavam magoados pela saída conturbada de Ronaldo.
Contudo, as brincadeiras e especulações de que o craque não voltaria a jogar em alto nível caíram por terra apenas 1 minuto e 2 toques na bola após sua entrada. Em jogo contra o Deportivo Alavés, Ronaldo entra em campo aos 19 minutos do segundo tempo e logo aos 20, a explosão. Com cruzamento de um dos seus melhores amigos e um dos responsáveis por sua chegada ao Real Madrid, Roberto Carlos, o artilheiro da Copa mata no peito e acerta um chute cruzado de rara felicidade. A bola incrivelmente quica no chão e acerta o ângulo do goleiro.
Ronnie ainda marcou mais uma vez naquela vitória sobre o Alavés, que acabou 5×1 para os Merengues.
Por lá, o craque se juntou a outros do seu tipo, como Zidane, Roberto Carlos, Beckham, Figo e muitos outros. O futebol jogado foi de altíssimo nível, mas incapaz de ganhar a Champions League. O período em que Ronaldo ficou no Real Madrid, de 2002 a 2007, foi campeão do Mundial de Clubes, da Super Copa da Espanha e duas vezes campeão de La Liga. Além de uma chuva de gols, 103 em 177 jogos, e o título de melhor jogador do mundo em 2002, levantando este caneco pela terceira e última vez.
O tempo foi passando e Ronaldo voltava a conviver com constantes lesões, além de sofrer com o ganho de peso frequente. Assim, o jogador que havia sido vendido comprado por Florentino Pérez por 45 milhões de euros foi vendido por 7,5 milhões de euros ao Milan, em janeiro de 2007.
Milan: Ronnie volta à Milão
Pode-se imaginar a razão de esta ter sido uma transação polêmica. O craque que já havia trocado um arquirrival por outro, o Barcelona pelo Real Madrid, o fez de novo. Desta vez, Ronaldo se juntava ao Milan em janeiro de 2007 para se juntar aos brasileiros que ali já estavam como Kaká, Dida, Cafu, Émerson, Serginho e Alexandre Pato.
Entretanto, a passagem do Fenômeno pelo Milan não deixa grandes saudades. Conforme dito, o atleta sofria com a balança e tinha dificuldade para se manter em forma. Logo, entre 2007 e 2008, Ronaldo fez apenas 20 jogos com a camisa do Rossoneri. Apesar disso, manteve uma média de gols invejável para muitos atacantes no auge de suas formas, anotando 9 gols, quase um a cada dois jogos.
Mais uma vez o fantasma das lesões voltava a assombrar Ronaldo. No dia 13 de fevereiro de 2008, em jogo contra o Livorno pela Série A, mais uma. Uma das piores da sua carreira, agora já com 31 anos de idade. A bola é cruzada da direita e o Fenômeno espera o cruzamento na área. Sobe para disputar com os zagueiros, mas sua perna não estava bem apoiada, fazendo com que ele caia no chão berrando pela dor excruciante que sentia. Ronaldo rompera o tendão da patela.
Cabe aqui refletir sobre a vida deste homem e tudo que ele passara até ali. É natural que o jogador se lesione algumas vezes em sua carreira, mas esta era a quarta lesão no joelho de Ronaldo.
Impossível imaginar o que se passou pela cabeça de Ronaldo ao sentir a dor da lesão, equanto estava ali deitado aguardando o atendimento, mas poder imaginar também a dor da alma. As indagações feitas por ele mesmo, pela mídia, pelos amigos, pelos médicos que nem ele mesmo poderia responder. Ronaldo Nazário seria capaz de dar a volta por cima mais uma vez?
A volta ao Brasil, nos braços do bando de loucos
Após a lesão, seu contrato com o Milan acabou em junho de 2008, ficando então sem clube, já que não houve inteção dos Rossoneri em renová-lo.
Mesmo sem clube, o Fenômeno não se deu por vencido. Sua última aparição em campo não seria ali, estirado no gramado com um semblante de dor e desespero. Mas afinal, qual seria o destino de Ronaldo?
Após ser operado, ele voltou a treinar em setembro. O seu local de trabalho era o Clube de Regatas Flamengo, time que Ronaldo já tinha mencionado ser o do seu coração quando garoto. Lá, treinava com alguém que entendia destes percalços e atuou de perto nas lesões de Ronaldo, o médico José Luiz Runco.
O fato do Inabalável treinar no clube da Gávea começou a gerar expectativas nos torcedores, que sabiam do que Ronnie era capaz e o queriam lá. Mas aparentemente, não houve nenhuma proposta formal para que ele reforçasse o Flamengo, gerando espanto total nos torcedores e na mídia, quando em 9 de dezembro de 2008, logo após o fim da temporada brasileira, Ronaldo assinava com o Corinthians.
O fenômeno chegou em clima de festa e nos braços da Fiel (torcida do Corinthians). Poucos sabiam da engenharia financeira feita para que pudessem contar com o ídolo nacional.
O Timão já tinha a Nike como fornecedora de material esportivo, que pagava cerca de 2 milhões de reais ao clube por ano. Mas um dos acordos firmados é que Ronaldo ganharia, além de rendimentos líquidos mensais de 400 mil reais vindos do Corinthians, também 9 milhões de reais deste acerto com a Nike. É necessário entender que à época, antes do advento das SAFs e outros mecanismos, estes valores eram considerados astronômicos.
Tudo isto sob a desconfiança sobre o próprio Ronaldo. O atacante não atuava desde de fevereiro de 2008, será que seria capaz de tornar o investimento rentável econômica e esportivamente? Se tratando de Ronaldo Nazário, qual seu palpite?
Ronaldo ainda teve que lidar com os questionamentos da mídia, que muito batiam na tecla do sobrepeso. Ronnie, como de costume, respondeu com irreverência e carisma afirmando que se medissem o percentual de gordura de cada um dentro da sala de imprensa, certamente ele estaria muito melhor que aqueles que o estavam perguntando. Em seguida disse ser uma brincadeira e se comprometeu a não medir esforços para se manter com físico de atleta.
O craque pisou novamente num campo de futebol para um jogo oficial mais de um ano depois do fatídico dia de sua lesão. Ele entrou no segundo tempo no jogo contra o Itumbiara, válido pela primeira fase da Copa do Brasil. A partida terminou 2×0 para o Corinthians e o artilheiro não marcou naquela oportunidade, pois o melhor estava por vir.
Seu primeiro gol foi 4 dias depois, em um jogo marcado para sempre na história. O Corinthians enfrentava seu arquirrival, o Palmeiras, em mais um derby pelo Campeonato Paulista.
O jogo foi em Presidente Prudente, cidade longínqua do interior paulista, localizada à mais de 560km da capital. O jogo estava 1×0 para o Palmeiras, quando o técnico Mano Menezes substituiu o lateral Escudero para dar lugar ao Fenômeno. Com poucos toques na bola, Ronaldo arriscou um chute de longe que triscou o travessão da meta alviverde.
Mas a estrela do Fenômeno sempre há de brilhar, quando aos 47 minutos do segundo tempo, em escanteio cobrado por Douglas no segundo pau, ele aparece para marcar de cabeça e empatar um dos maiores clássicos do Brasil, 4 dias após sua volta.
A comemoração foi emocionante. Enquanto o lendário narrador Milton Leite anunciava: “Senhora e Senhores, o Fenômeno voltou”, Ronaldo correu em direção ao alambrado, o qual se pendurou para comemorar com a torcida corintiana. Junto com ele, centenas de torcedores subiram no alambrado, que não resistiu e caiu parcialmente. Este era o evento perfeito para as brincadeiras dos rivais, que diziam que a queda do alambrado era proveniente do peso de Ronnie.
O sucesso no Corinthians não parou por aí. Apenas um mês depois, Ronaldo disputava sua primeira final como jogador do Timão. Uma final épica disputada entre os craques veteranos do Corinthians contra a geração de ouro do Santos.
Ali se protagonizava um encontro histórico. De um lado, Ronaldo, campeão da Copa do Mundo e três vezes Bola de Ouro, do outro, o jovem Neymar, de apenas 17 anos, disputando sua primeira final como profissional.
Nesta ocasião, Neymar e o time do Santos não foram capazes de parar Ronaldo e companhia. O jogo estava 2×1 para o Corinthians, quando em plena Vila Belmiro, casa de Pelé, ele fez um gol antológico. Foi lançado em velocidade para disputa com o lateral Triguinho, mas com um corte de letra tirou o jogador do Santos totalmente da jogada. Então se viu de frente com Fábio Costa, goleiro do Peixe, mas ainda longe do gol. Ronaldo reparou que Fábio Costa estava adiantado, então não teve dúvidas e aplicou uma “cavadinha” digna gênio.
O Corinthians abriu 3×1 e empatou o jogo da volta em 1×1, se sagrando campeão.
Isto não foi tudo. Ronaldo ainda ganhou mais um título. Foi campeão da Copa do Brasil com o Corinthians. A vítima da vez foi o Internacional, que contava com grandes jogadores como D’Alessandro, Taison e Nilmar.
Na edição anterior do torneio, em 2008, o Corinthians também chegou à final, mas foi surpreendido pelo Sport Club do Recife. Apesar de ter vencido o primeiro jogo em São Paulo por 3×1, foi surpreendido no jogo de volta em Pernambuco e foi derrotado por 2×0.
Desta vez, o Timão contava com Ronaldo. No primeiro jogo, Jorge Henrique marcou aos 26 minutos do primeiro tempo e logo aos 8 minutos do segundo tempo, em lance polêmico, Ronaldo foi lançado em velocidade por Elias. O Fenômeno precisou de apenas dois toques. Um para dar um corte seco em Índio, zagueiro do Colorado. O outro para bater firme de perna esquerda e vencer o goleiro Lauro.
O jogo da volta, em Porto Alegre, foi 2×2 e o Corinthians se sagrou mais uma vez campeão da Copa do Brasil.
Por lá, Ronaldo permaneceu até 2011. Apesar das conquistas, Ronaldo finalizou sua carreira com um vexame.
O Corinthians jogou a fase de Pré-Libertadores contra o modesto Deportes Tolima, da Colômbia. Entretanto, Ronaldo e as estrelas do Timão como Danilo e Paulinho tiveram uma atuação pífia. Após empatar o primeiro jogo em 0x0 no Pacaembu, o Corinthians foi derrotado por 2×0 para os colombianos.
Com isso, se instaurou uma grande crise no clube, que até o momento vivia uma pressão inimaginável para ganhar a Libertadores, título que já havia sido conquistado por seus maiores rivais, Palmeiras, Santos e São Paulo.
Assim, Ronaldo se despediu dos gramados com a derrota e a eliminação.
Mesmo com o advento de sua despedida do gramados de maneira triste, Ronaldo deixou um legado gigante ao Clube do Povo. Ronaldo marca na história do Corinthians uma virada de chave, uma verdadeira elevação de patamar.
Ronaldo chegou no Corinthians logo após o clube subir da série B do Brasileirão e seu rosto, seu futebol, sua marca, fizeram com que o Corinthians, dono da segunda maior torcida do Brasil, passasse a receber receitas nunca antes obtidas, bem como reconhecimento altíssimo no cenário mundial, o que possibilitou a estruturação de uma forte equipe que foi campeão da tão sonhada Libertadores e Mundial de 2012.
Dos Gramados às Cadeiras Executivas e Gamer
Ronaldo, ao longo de sua carreira teve alguns estabelecimentos e sempre teve de certa forma uma veia empreendedora. O craque já sabia que o Futebol não seria para sempre.
Em 1998, criou uma balada no bairro Leblon na cidade do Rio de Janeiro, a finada “Boate R9”. Em 2002 após se recuperar da grave lesão no joelho e levantar de maneira magistral a taça de campeão do Mundo de 2002, criou o “Centro de Fisioterapia R9”, que existe até os dias de hoje, ajudando na recuperação de diversos atletas amadores e profissionais.
Ainda atuando pelo Corinthians, em 2010, o astro abriu a empresa de marketing “9ine”, que fazia campanhas e geria a carreira de atletas e artistas.
Sendo assim, percebe-se que com o advento de sua despedida dos gramados, Ronnie não teria uma aposentadoria pacata, mais que isso, passaria a ser de fato um grande empresário e investidor.
Em 2014 tomou o controle do Clube Fort Lauderdale Strikers que disputava uma espécie de série B da Major League Soccer dos Estados Unidos. Ronaldo chegou a fazer boa gestão no clube, mas que não foi suficiente para que encerrassem as atividades em 2016.
A experiência de gerir um clube de futebol despertou em Ronaldo paixão e aptidão para a coisa, logo, uma de suas empresas, a Tara que é sediada em Madrid, comprou em 2018 mais da metade do Clube espanhol Real Valladolid, se tornado acionista principal. Ronaldo então se tornou CEO do Clube.
O principal objetivo de Ronaldo no Valladolid é fazer com que o clube seja figurinha carimbada na La Liga, e desde sua chegada em 2018 vem conseguindo fazer isso, com exceção ao rebaixamento sofrido em 2021, porém o clube em 2022 fez boa campanha na La Liga 2 e conseguiu o acesso em 2º lugar com os mesmos 81 pontos do campeão Almería.
Atualmente o Valladolid está em 14 na La Liga com 28 pontos, apenas 2 da zona de rebaixamento.
Ronaldo e sua veia empreendedora, agora com mais experiência em gestão, em 2021 com o criação da Sociedade Anônima do Futebol no Brasil, a Lei da SAF, viu uma oportunidade no gigante clube celeste que o revelou, o Cruzeiro.
À época, o Cruzeiro passava por momento horrível, tanto financeiro quanto estrutural, o que refletia muito no futebol, já que após a queda em 2019 para o Campeonato Brasileiro da Série B, nos dois anos seguintes não conseguiu o acesso para a A, retrato incomum para times da grandeza da Raposa.
Portanto, parte do Cruzeiro tinha o desejo em se tornar uma Sociedade Anônima e, por este motivo, Ronaldo era um dos potenciais investidores. Após sinalização do Fenômeno no fim de 2021, houve muita discussão no conselho do clube celeste. Parte da diretoria e torcida não queria o novo modelo, uma outra parte era a favor.
Por fim, para alívio de uma instituição que estava à beira do precipício foi concretizada a transformação do Clube em Sociedade Anônima e Ronaldo comprou a maioria das ações, tornando-se assim controlador e sócio majoritário.
O fenômeno começou com tudo a aplicação de novos modelos tanto na estrutura como no futebol e sobretudo no aspecto financeiro do clube. Ronaldo preza por um clube que tenha requisitos mínimos de condições estruturais e que gaste de acordo com a receita que chega nos cofres.
Tal conceito de gestão fez com que perdesse alguns bons jogadores, inclusive o ídolo Fábio, porém foi de grande valia pois os resultados começaram a aparecer. Hoje, após mais ou menos 1 ano da fusão Ronaldo-Cruzeiro, o clube está de volta a série A do Brasileirão, após ser campeão da série B de 2022, com campanha magistral.
Além de ser um ótimo gestor, o craque também é um streamer de mão cheia. Em 2020 em meio a pandemia do Covid-19, Ronaldo sentindo a necessidade de se aproximar de seus fãs e amigos, decidiu criar um canal na Twitch, onde começou a fazer lives de jogos como Call of Duty, além de simplesmente abrir a câmera para trocar uma resenha com os seus inscritos.
As Lives do R9 perduram até hoje. Quase semanalmente o artilheiro conversa e joga com o seu público, inclusive expõe em seus streams assuntos importantes do futebol, sobretudo do brasileiro, o qual Ronaldo faz parte, como “presidente” do Cruzeiro.
Um assunto muito importante trazido numa de suas lives, foi dele explicando para seus inscritos o que é o novo Projeto da Liga de Futebol Brasileiro – LIBRA, as consequências de seu advento, entraves para a sua criação, a divisão dos valores para os clubes, dentre outros pontos.
Ronaldo, o Fenômeno, o R9, o Ronnie, o garoto dentuço, o inabalável é uma imagem ímpar do futebol mundial, que inspira pessoas dentro e fora de campo. Para muitos o maior 9 que já existiu, inclusive por aqueles que redigiram esse texto, em forma de homenagem e propagação à imagem de uma das maiores lendas do Futebol.
Escrito por João Felipe Miller e Vitor F. L. Miller
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1 Comentário. Deixe novo
História emocionante contada à altura! Parabéns e viva o Ronaldo!!!