Já acionista no mundo dos esportes, com participações nos Lakers, LA Dodgers e outros, Todd Boehly embarcou de vez no mundo do futebol.
Confira conosco o trabalho por ele feito até o momento e o que imagina o empresário americano para esta modalidade.
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Index
Quem é Todd Boehly?
Nascido no dia 20 de setembro de 1973, na cidade de Bethesda, Maryland, Estados Unidos, Todd Boehly, é um empresário dos mais variados ramos.
Sendo um dos cofundadores da Eldridge Industries, ele tem participação em empresas nos setores de seguros, música e entretenimento, tecnologia, imobiliário, games, mobilidade (aviação/aluguel de automóveis) e claro, esportes.
Todos estes negócios gigantescos proporcionaram ao empresário uma fortuna estimada em U$ 6 bilhões de patrimônio líquido.
Ao se tratar de esportes, é sócio de instituições de diversas modalidades. E aparentemente, quando se trata de adquirir participação em instituições esportivas, ele joga alto.
É sócio do LA Lakers, uma das, se não a maior franquia da história do basquete americano. Também possui participação no LA Dodgers, grande equipe de baseball.
Ademais, também é atuante no setor de games. Uma das empresas é a Epic Games, criadora do jogo Fortnite, muito popular ao redor do mundo.
Feita esta introdução, chegou a hora de falar sobre a nossa área, o futebol.
Como está sendo o trabalho de Todd diante do Chelsea e do Strasbourg?
Imagem: Divulgação
Chelsea
Todd Boehly pode ser muitas coisas, mas algo que é inegável é seu faro para bons negócios.
Todos sabemos que um bom businessman depende muito de sorte, ainda que, em muitas (na maioria) das vezes dependa da desgraça dos outros.
Fato é que em fevereiro de 2022, Rússia e Ucrânia entram em guerra.
O ocidente, em resposta, passa a aplicar uma série de sanções não apenas à Rússia como país, mas também aos russos que vivem no exterior.
Logo, foram impostos embargos e contas congeladas. Mas o que isto tem a ver com o Chelsea?
Desde 2003, o dono do clube foi Roman Abramovic, magnata russo.
Abramovic foi o proprietário que qualquer torcedor quer para seu time. À exemplo do Manchester City, o Chelsea era um time comum, que passou por altos e baixos em sua história, mas que nunca se firmou entre os grandes.
A partir da chegada de Abramovic, o Chelsea se tornou um dos maiores times do mundo. Teve equipes históricas com jogadores marcantes.
Portanto, o legado deixado pelo russo foi importantíssimo não só para o clube, como também para o futebol inglês e mundial.
Ele comprou o Chelsea, em 2003, por £140 milhões e o vendeu, quase vinte anos depois, por £4,25 bilhões. Um negócio e tanto, não é mesmo?
O peso da compra de um clube como o Chelsea é muito grande.
Em 2020/21 a equipe de Londres vencia sua segunda Champions League, em cima do Manchester City de Pep Guardiola. E convenhamos que, para o clima interno, uma mudança de propriedade e, consequentemente de gestão, quando as coisas vão bem, é muito diferente do contrário.
Logo, por si só, o empresário americano já encontraria dificuldades pela frente. Porém elas se tornaram ainda maiores com sua falta de experiência no ramo do futebol.
Antes de adquirir o clube, ele deve ter sondado com seus assessores sobre as melhores formas de se fazer dinheiro no futebol. A resposta, provavelmente, deve ter sido a venda de jogadores jovens, o que é de fato algo muito lucrativo.
Ocorre que, nada é tão simples assim.
Desde sua chegada, Todd Boehly gastou nada mais, nada menos que €1,1 bilhão. Uma quantia ridiculamente absurda até mesmo para os padrões do futebol.
Quem vê os valores pensa: quem foram os contratados? Mbappé, Salah, De Bruyne, Vinicius Jr? Não.
Os jogadores trazidos para serem as estrelas da companhia foram Enzo Fernandez, Caicedo, Fofana, Cucurella, Lavia e outros.
Todd apostou em jogadores bastante jovens que, de fato, tem perspectiva de futuro.
O problema é que, não se pode simplesmente contratar atletas com uma média de idade baixíssima e os colocar para jogar um dos campeonatos mais duros do mundo, a Premier League.
Na temporada passada, o Chelsea ficou com a 12ª colocação e este ano se mantém nesta zona, apenas a 11ª posição.
Todd e seus assessores não entenderam que para que haja a valorização de atletas jovens, eles devem estar num ambiente propício para tal. Ele fez com que uma série de garotos vestissem a camisa azul esperando que magicamente eles desenvolvessem um futebol digno de campeão.
Agora, o oposto acontece. Claramente ao não preparar o ambiente para os garotos, seus níveis futebolísticos estão muito abaixo do esperado. Com isso, os atletas comprados para serem valorizados, estão na verdade, sendo desvalorizados.
Ele, como empresário, deveria saber que investimentos de alto risco logo no início do trabalho são de um perigo imensurável.
Também, no ramo esportivo, o sucesso dentro de campo reflete na questão econômica.
Neste momento, os torcedores do Chelsea veem o time desmoronar e Todd vê seu investimento se esvair.
Evidentemente acreditamos no trabalho de longo prazo, mas realmente não se vê perspectiva para os Blues com a equipe que Pochettino tem em mãos.
Imagem: Robbie Jay Barratt – AMA/Getty Images
Strasbourg
Adquirido em sua totalidade por Todd Boehly e seu grupo em junho de 2023, o Strasbourg, para o projeto do empresário, foi um dos seus melhores investimentos.
Especula-se que um valor entre €65 e €75 milhões tenha sido pago.
Este é o famoso laboratório dos americanos. O Strasbourg é o local no qual Todd envia jogadores comprados pelo Chelsea, que ainda precisam de rodagem em solo europeu devido à baixa idade. Como o caso de Ângelo, vendido do Santos ao Chelsea por €15 milhões.
Ou, até mesmo, jogadores comprados pelo próprio Strasbourg, que podem vir a se destacar, serão rapidamente enviados ao Chelsea.
Quem sofre com isso são aqueles verdadeiramente apaixonados pelo clube.
A equipe está apenas na 14ª posição da fraquíssima Ligue 1, a um ponto do play-off contra o descenso e a três do rebaixamento direto.
Créditos na imagem
Panorama geral
É difícil traçar pontos positivos sobre as gestões de Todd Boehly.
De fato, ele adquiriu jogadores jovens importantes, mas muitos deles por preços extremamente supervalorizados.
A balança de transferências do Chelsea, só nesta temporada, está na casa de €200 milhões negativos.
Se a equipe tem uma balança de jogadores negativos, tampouco ganha títulos, como considerar isto um bom negócio?
Assim como no texto anterior, sobre a 777 Partners, no Chelsea, parece não ter havido qualquer tipo de planejamento. Parece não haver entendimento algum sobre o que é o futebol e tudo que envolve este esporte. Sobretudo, parece não haver o intuito de que a equipe performe e entregue ao torcedor, patrimônio maior da instituição, aquilo que ele deseja, que são títulos e boas atuações.
Seria realmente muito simples se ter uma equipe de futebol se limitasse à compra de jovens talentos para, algum dia, eles despontarem como craques sagrados, serem vendidos por milhões de libras e o dinheiro seja distribuído aos acionistas.
Se quiser que seus trabalhos realmente sucedam e caso queira expandir seus negócios à outros países, Todd e sua trupe deverão usar seu enorme budget na contratação de especialistas, que tracem planos objetivos de curto, médio e longo prazo.
Acreditam que os times geridos por este grupo poderá dar a volta por cima?
Imagem: Reprodução The Sun
Escrito por Vitor F L Miller.