Chegou à público a proposta de €25 milhões mais €3 milhões em variáveis, do Everton, para ter Vitor Roque.
O fato do jovem de apenas 19 anos não ter se firmado marca mais uma transferência frustrante do clube catalão, que empilha fracassos neste aspecto.
Acompanhe conosco como o Barcelona queima suas jovens promessas e tem tudo para ser um mero coadjuvante nesta temporada, novamente.
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Por que Vitor Roque não engrenou no Barcelona?
Contratado à peso de ouro, o Barcelona ofereceu à Vitor Roque e ao Athletico Paranaense a possibilidade de receberem €74 milhões de euros, caso todas as metas fossem batidas.
Apenas em valores fixos, estima-se que o clube catalão tenha desembolsado €40 milhões, fazendo com que o popular Tigrinho, tenha sido uma das mais caras contratações do clube nos últimos tempos.
Sendo assim, a expectativa sobre ele era gigante, sobretudo quando observado o ótimo futebol desempenhado em solo brasileiro.
Vitor Roque demonstrava, rodada após rodada, porque tinha tudo para ser um dos mais importantes jogadores do cenário europeu.
Com muita explosão, velocidade, inteligência e finalização, ele costumava atuar como um centroavante móvel, capaz de desestabilizar qualquer sistema defensivo dos adversários.
Desta maneira, ele desembarque na Espanha em janeiro de 2024, vindo na janela de transferências de meio de temporada.
O Barcelona, já tinha como distante o título de La Liga.
O técnico Xavi, vendo todo o esforço do clube para contratar o garoto, opta por inseri-lo gradativamente.
De fato, chegar como titular seria algo impensável, já que o dono de sua posição é Lewandowski.
Portanto, Vitor Roque entrava ao final das partidas.
Em seus primeiros jogos perdeu alguns gols que ele não costuma perder, nada mais natural para um atleta de 18 anos que iniciava sua trajetória por um dos clubes mais importantes do mundo.
Independente disso, na partida contra o Osasuna, em que o Barcelona empatava por 0x0, o Tigrinho entra e faz o gol da vitória.
Logo no jogo seguinte, contra o Alavés, ele entra novamente e marca no triunfo de 3×1 do Barça. Entretanto, ele é expulso de maneira bizarra pela arbitragem, que teve uma péssima interpretação do lance.
Depois disto, Xavi variava suas minutagens, com raros momentos em que jogou 60′. A grande maioria das vezes atuava no máximo 15′, isto quando entrava.
O treinador tentou à todo custo adaptar o jogador para fazer a ponta esquerda, posição na qual ele claramente não se deu bem.
Essa insistência sem sentido foi tirando a confiança do atleta paulatinamente, até que ele simplesmente deixasse de entrar.
Assim, sem conseguir engrenar, ele terminou a temporada escanteado.
Mesmo com a chegada de Hansi Flick, o brasileiro não conseguiu uma segunda chance, sendo posto na lista de transferências.
Vendo a oportunidade no mercado, o Everton fez uma proposta de €25 milhões com mais €3 milhões em variáveis, caso metas sejam atingidas.
O Barcelona, por sua vez, considerou o montante, pedindo valores entre €30 e €35 milhões para vendê-lo.
Imagem: José Tramontin/Athletico
Barcelona: queimando talentos
Nos últimos tempos, o Barça tem sido um péssimo destino para jogadores.
Se, em outros tempos, o ambiente favorável ajudasse como em nenhum outro local o desenvolvimento de jogadores de alto nível em início de carreira, a equipe da Catalunha tem sido marcada pela falta de sequência de seus contratados.
Preliminarmente, é necessário verificar a completa insanidade que é a administração do clube. Na capital, seu maior rival, Real Madrid, consegue manter a engrenagem rodando de forma lisa.
Para se ter uma ideia, os dois maiores salários de La Liga são de Frakie De Jong e Robert Lewandowski.
O primeiro, mais um atleta que chegou cedo ao Barcelona, teve boas atuações mas esteve longe de ser um destaque à nível mundial. Além disto, sofreu e sofre com um histórico de lesões.
O segundo, ainda um dos grandes nomes da posição, mas com seus 35 anos. Ou seja, dificilmente trará qualquer retorno econômico ao clube. Até o momento, não entregou grandes coisas em matéria de desempenho.
Vinicius Jr e Bellingham são os terceiros e quartos maiores salários de La Liga. Não é necessário fazer comparações.
Agora, quando pegamos a relação de contratações dos últimos anos, ficamos assustados.
São montanhas de dinheiro gastos e quase nenhum resultado.
Desde a chegada de Neymar e Suárez, que realmente fizeram história com o manto grená, as demais compras foram um absoluto show de horrores.
Dentre elas estão Philippe Coutinho, Griezmann, Pjanic e Ferrán Torres. Estas, as mais caras de cada temporada.
Não podemos esquecer de contratações que não tiveram o retorno esperado. Nelas, pode-se inserir o próprio Frenkie De Jong, que foi comprado por €86,5 milhões.
Imagem: Getty Images
Trincão chegou por cerca de €31 milhões e saiu por €7 milhões.
Sergiño Dest foi comprado do Ajax por €21 milhões e saiu sem custos.
Como esquecer de Dembelé, que veio do Borussia Dortmund por €135 milhões e saiu por €50 milhões para o PSG.
Feita essa análise, é muito difícil falar sobre a falta de capacidade dos atletas contratados, até porque alguns deles tiveram sequências positivas em suas carreiras.
Claramente se trata de um ambiente político absolutamente instável, no qual não se dá o mínimo de tempo para que os jogadores se adaptem ao clube e sua cultura, bem como o país que estão chegando.
Ademais, parece não haver consulta à comissão técnica nas contratações, para verificar se os atletas pretendidos de fato são uma necessidade e se poderão se encaixar no sistema de jogo de toque de bola do Barcelona.
Essa seria uma das razões para que jogadores como Gavi, Lamine Yamal, Ronald Araujo e outros, tivessem um melhor desempenho, já que passaram pelas categorias de base de La Masia, ou pelo Baça B, onde se pode ter contato direto com a filosofia do clube, sem a pressão da equipe principal.
Em conclusão, Vitor Roque deve mesmo trocar de clube, já que um ambiente assim apenas deteriorará seu futebol. Ele precisa estar jogando, ainda que seja em uma equipe menor, como o Everton.
Lá, ele poderá mostrar quem é e alçar voos maiores.
Acreditam que o Tigrinho pode dar a volta por cima?
Imagem: Mateo Villalba/Getty Images
Escrito por Vitor F L Miller.