Violette do Haiti faz história, supera todas adversidades e elimina o Austin FC nas oitavas de final da Concachampions
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Pela Concachampions, o Violette superou vistos negados e apenas três jogadores no banco de reservas, para chegar às quartas de final da competição.
História do Violette
O Violette é um clube tradicional do Haiti, que possui 7 títulos nacionais, sendo o terceiro maior campeão do país. Desde a década de 1960 jogava costumeiramente a Concachampions, e apesar das eliminações precoces, foi campeão em 1984. Na época, a competição continental se dividia em duas zonas, a do Caribe e a da América Central e do Norte, assim os campeões de cada área se encaravam na decisão.
O Violette foi o campeão caribenho e, como não houve um consenso de datas para a final na outra zona, entre New York Pancyprian-Freedoms e Chivas Guadalajara, os haitianos foram declarados campeões.
Apesar do título da continental em 1984, o Violette não participava do torneio desde 1994. Contudo com o título nacional em 2021, participou do Campeonato de Clubes do Caribe após 13 anos, e venceu. Ganhando assim, a vaga para a Concachampions 2023.
Jogo de ida na República Dominicana (Violette 3×0 Austin FC)
Mesmo antes do confronto, os problemas para o time haitiano se faziam presentes. O clube não jogava uma partida oficial há 290 dias, já que o futebol foi paralisado no país por causa dos índices de violência, com o controle de gangues nos centros urbanos em seu país e sequer pôde mandar seu jogo contra o Austin FC em casa. Portanto a partida foi remanejada para Santiago de los Caballeros na República Dominicana, país fronteiriço ao Haiti.
Em campo o principal destaque da partida foi o atacante Miche-Naider Chéry do Violette, que abriu o placar numa cabeçada aos 13 minutos e ampliou aos 39, em mais um gol pelo alto. Logo no início do segundo tempo, Miche-Naider Chéry não fez o hat-trick, pois o goleiro adversário operou um milagre, contudo no reboteo zagueiro Amro Tarek marcou um gol contra inacreditável.
Apesar da pressão do Austin FC durante a segunda etapa, os haitianos suportaram bem e levaram o resultado de 3xo para a definição nos Estados Unidos.
Vistos negados e superação (Austin FC 2 x 0 Violette)
No jogo de volta, o temor se instaurou, pois apenas 12 jogadores do Violette conseguiram vistos para ingressar nos Estados Unidos. Portanto o clube precisou recorrer a contratações de última hora, de atletas em atividade nas ligas amadoras dos EUA, que puderam ser inscritos junto à Concacaf.
Desse modo, somente seis titulares na partida de ida se repetiram na volta, entre eles o capitão Steeven Saba e o artilheiro Miche-Naider Chéry, bem como os quatro homens da defesa e no banco de reservas, somente três jogadores. O Austin FC, por sua vez, entrou com força máxima para tentar reverter o resultado.
Com a estádio lotado, os texanos tiveram 71% de posse de bola, com 18 finalizações durante o primeiro tempo. Foi um verdadeiro bombardeio, mas com pouquíssima pontaria, pois só cinco chutes acertaram o gol. No minuto 24 o Austin FC teve um gol anulado pelo VAR, por conta de um toque de mão da jogada.
Na segunda etapa, o primeiro gol do Austin saiu cedo, aos 51 minutos, Rigoni cruzou e Driussi bateu bonito de primeira. Os texanos ampliaram aos 63 minutos, com mais um tento de Driussi, agora numa falha bizarra do goleiro Paul Decius.
Quando todos pensavam que Violette se entregaria em campo, eles se superaram. O Austin FC teve 35 finalizações com 10 no alvo e no último lance do jogo, aos 101 minutos o goleiro Paul Decius não se abalou com seu erro operou um verdadeiro milagre no chute à queima-roupa de Driussi.
Com o apito final, o time haitiano contrariou a tudo e a todos, conseguindo a classificação para as quartas de final da Concachampions.
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Escrito por Henry Miller.