O técnico, Ze Ricardo, não treina mais a Raposa.
Após a derrota para o virtual rebaixado Coritiba, nos acréscimos, a diretoria cruzeirense optou por descontinuar o seu trabalho.
Acompanhe conosco o desempenho de Ze Ricardo, bem como a situação periclitante do Cruzeiro nesta reta final.
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O desempenho de Ze Ricardo pelo Cruzeiro
No futebol brasileiro, infelizmente, é natural que os trabalhos não tenham uma continuidade e durem pequenos períodos. Com Ze Ricardo não foi diferente.
Chegado em setembro deste ano, o treinador comandou o Cruzeiro na tão esperada volta à Série A por apenas 10 partidas.
Inclusive, deixando de lado o fator cultural de demissão em massa dos técnicos no Brasil, as curtas passagens parecem ser a tônica nos trabalhos de Ze Ricardo.
Seu trabalho mais longevo foi pelo Flamengo, onde acumulou 64 jogos, sendo 10 destes como treinador interino.
A passagem pelo Rubro Negro o elevou de patamar e fez com que o técnico se tornasse bem cotado no cenário internacional.
Ele passou pelo Vasco da Gama duas vezes (34 e 25 partidas), Botafogo (24 partidas), Fortaleza (7 partidas), Internacional (11 partidas), Qatar SC (Catar – 5 partidas) e Shimizu S-Pulse (Japão – 28 partidas), até chegar ao Cruzeiro.
Como podemos observar, o técnico de 52 anos não consegue emplacar trabalhos com frequência, possuindo menos de 15 jogos à frente de três das cinco equipes brasileiras.
Vamos aos seus números pelo Cabuloso.
Em 10 partidas, a equipe mineira venceu 3, empatou 2 e perdeu 5 vezes. Fez 9 gols e tomou 8.
A conquista de 11 pontos em 30 disputados fizeram com que o Cruzeiro entrasse na temida zona de rebaixamento.
É bem verdade que a Raposa possui dois jogos a menos, que serão disputados nesta data Fifa, contra Vasco da Gama e Fortaleza.
Reprodução: Redes Sociais Cruzeiro
O planejamento equivocado do Cruzeiro
Quando uma equipe adere ao sistema SAF, espera-se que o clube terá um planejamento financeiro a ser seguido, o que de fato está acontecendo.
Não é novidade para ninguém a situação desesperadora dos cofres cruzeirenses, desde 2019, contando inclusive com denúncias de fraude à credores e outros delitos eventualmente praticados por dirigentes do clube.
Ronaldo chegaria para sanar não só a questão financeira, mas também para que o time tivesse um salto em relação aos outros anos, já que o clube jogou a Série B por três temporadas, sendo quase rebaixado para Série C em uma destas oportunidades.
O Cruzeiro buscou trazer jogadores experientes para lidarem com a pressão da volta à elite do Brasileirão. Como contraponto, também buscaram jovens jogadores já bem cotados no mercado nacional, como o caso de Wesley e Artur Gomes, que teriam uma possibilidade de revenda.
Até aí, as coisas pareciam estar tomando o rumo correto.
Para comandar este novo momento do Cruzeiro, o escolhido foi o técnico português, Pepa.
A diretoria do Cabuloso se mostrava muito confiante na escolha e bancou o nome do treinador, que havia dirigido apenas equipes do segundo e terceiro escalão do Campeonato Português, como o Tondela, Feirense, Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães.
É fácil fazer críticas depois de que o trabalho fracassa, mas é necessário pontuar.
Nem todos os técnicos são Abel Ferreira. Isto é, antes de assumir o Palmeiras, Abel não possuía títulos como profissional. Agora, depois de quase três anos à frente do Verdão, vemos o quão acertada foi a decisão.
Pepa, era mais um daqueles casos em que ele conseguiu levar equipes pequenas a boas posições na tabela.
Entretanto, precisamos ter calma. Estamos falando de um dos maiores clubes do Brasil, o Cruzeiro, que passou por anos de angústia, fazendo com que seu torcedor tenha sofrido de forma inimaginável.
Será que trazer um treinador sem experiência e currículo robustos, nesta situação específica, foi uma boa movimentação?
Aparentemente não.
Além disto, com exceção dos três grandes (Benfica, Porto e Sporting), o nível do futebol brasileiro é muito superior, de modo que Pepa não tinha estes parâmetros de competitividade quando assumiu o Cruzeiro.
Seus números foram: 25 partidas, 7 vitórias, 8 empates e 10 derrotas, o que confirma seu histórico de carreira muito contestado em sua chegada. Pepa possui mais derrotas do que vitórias como treinador (127 e 117, respectivamente).
Imagem: Maxi Franzoi/AGIF
O nome chamado para substituir o técnico português foi Ze Ricardo.
Acima já falamos sobre seu trabalho e como ele, assim como diversos outros, não funcionaram.
Numa análise fria, no momento da contratação, os trabalhos recentes do treinador deveriam ter sido levados em conta.
Nesta toada, percebe-se que não há no histórico recente de Ze, trabalhos que o credenciassem a ser uma opção relevante para o momento pelo qual o Cruzeiro passa.
Parece que a diretoria do time não entende que, depois destes anos, o Cabuloso e sua torcida não tinham margem para erros.
Tais erros, hoje, se refletem na delicada situação do time. A Raposa se encontra na 17ª colocação, abrindo a zona do rebaixamento.
Já ventila-se na mídia a possibilidade de Vanderlei Luxemburgo assumir o cargo, apesar de não haver qualquer comunicado oficial de ambas as partes.
Luxa está livre no mercado depois de ter deixado o Corinthians. De fato, por seus últimos trabalhos, não é um técnico para se fazer um planejamento extenso, ainda que tenhamos muito respeito por toda a sua história no mundo da bola.
Contudo, para esta situação específica, na reta final do campeonato, ele pode ser um bom nome para assumir o cargo. O time do Cruzeiro, no papel, não pode ser considerado terrível. Possui bons nomes como Lucas Silva, Rafael Cabral e Bruno Rodriguez, grata surpresa contratada este ano junto à Tombense.
Luxemburgo pode resgatar a confiança dos jogadores e fazer com que o Cabuloso se recupere aos 45′ da segunda etapa.
O lado positivo é que a equipe azul de Belo Horizonte possui dois jogos a menos em comparação às demais, podendo chegar a 43 pontos, caso vença ambos os confrontos. As partidas serão disputadas nesta data Fifa.
Porém, sabemos que não será simples. Sim, o Cruzeiro corre sérios riscos de ser rebaixado, novamente.
Acredita que o Cabuloso sairá desta situação?
Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Escrito por Vitor F L Miller.