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Jogar Mais para Ser Sustentável: A Nova Fronteira do Futebol

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Por Andrea Caropreso

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Já virou um tema recorrente, quase como um hit de verão. No futebol moderno, os principais clubes são obrigados a jogar pelo menos 50 partidas por ano. Como consequência, aumentam as lesões, a qualidade do espetáculo diminui e os treinadores ficam insatisfeitos. Mas por que se joga tanto? Simples: para ser sustentável.

Como disse há algum tempo o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin: «os clubes precisam disso para pagar salários e prêmios. No entanto, chegamos ao limite, não dá para ir além, mas se jogar menos, os salários diminuem».

A necessidade de receita

Um exemplo simples para ilustrar isso é a nova Liga dos Campeões. A nova fórmula da principal competição continental prevê de 2 a 4 rodadas a mais no calendário dos clubes (em caso de qualificação para o playoff que dá acesso às oitavas de final). Um formato certamente atraente que conquistou muitos, mas que foi idealizado e implementado a pedido dos próprios clubes. Eles ansiavam por uma competição em que os prêmios fossem maiores para suprir as necessidades financeiras das suas entidades.

Após o difícil período da Covid, alguns grandes clubes que estavam com sérias dificuldades financeiras (como Barcelona, Real Madrid e Juventus) lançaram as bases para a criação da Superliga. Uma competição que distribuiria 5 bilhões de euros por ano entre os clubes participantes. Assim, a UEFA, após muita negociação para enterrar a ideia da Superliga, precisou ceder aos clubes e construir uma Liga dos Campeões mais lucrativa. Como? Aumentando o número de jogos e, consequentemente, os contratos de patrocínio. Ou seja, é como um cão que morde o próprio rabo.

Os prêmios das competições

Pegando a Juventus como exemplo: em uma temporada, o clube disputou cinco competições — campeonato nacional, copa nacional, supercopa nacional, Liga dos Campeões e Mundial de Clubes da FIFA, que será realizado no início do verão. Se a Juventus tivesse avançado em todas as competições, poderia ter jogado mais de 60 partidas até 14 de julho. Números insanos, dos quais a diretoria tem plena consciência, mas dos quais não podem abrir mão devido à receita garantida por essas competições.

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Sem contar o campeonato e a copa nacional, que também rendem milhões, a Juventus ainda se deslocou até a Arábia Saudita no meio da temporada para disputar a Supercopa Nacional contra Milan, Atalanta e Inter, já que os árabes garantiram 8 milhões de euros para o vencedor e 5 milhões para o finalista. Valores aos quais se somariam os ganhos com venda de produtos licenciados e fortalecimento da marca.

A nova Liga dos Campeões, por si só, disponibiliza quase 3 bilhões de euros a serem distribuídos entre os 36 clubes participantes. Cada time que se classificou para a fase de grupos recebeu 18,62 milhões de euros (um aumento em relação aos 15,64 milhões da edição anterior). Quem chegar à final ganhará mais 18 milhões. Esses valores só são possíveis devido ao aumento global no número de jogos.

Quais soluções?

Na prática, não existe uma solução real para este fenômeno em constante crescimento. O que poderia ser feito seria uma redução geral nos custos gerados pelo futebol. Se os clubes aceitassem reduzir seus custos e todo o setor estivesse disposto a receber salários mais baixos, talvez fosse possível diminuir o número de jogos.

Esse tema também foi abordado há algum tempo por Carlo Ancelotti, que fez um alerta. O treinador italiano afirmou que os jogadores até aceitariam reduzir seus salários para ter uma carga de trabalho menor e evitar um estresse físico e mental desproporcional. Essa talvez fosse a única saída, mas é difícil acreditar que, quando se trata de mexer no próprio bolso, essa seja uma opção bem aceita.

Por Andrea Caropreso

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