Depois de uma série de empréstimos, João Felix é comprado pelo Chelsea pelo valor de €52 milhões.
Os valores assustam e inflacionam o mercado de uma forma perigosa.
Acompanhe conosco a razão do Chelsea estar se tornando pária no mercado e dentro de campo.
Siga-nos nas redes sociais para se manter atualizado sobre as últimas notícias do mercado: Instagram, Facebook e X.
Index
Os €52 milhões por João Felix
O valor citado neste título é um eufemismo.
Iniciou nas categorias de base do Porto, mas foi pelo Benfica que João Felix finalizou sua formação e foi lançado ao futebol profissional. Ele era cotado para se tornar um dos jogadores mais promissores do mundo.
De fato, causou burburinho com a camisa dos Encarnados em 2019, o que deu a ele o título de Golden Boy.
Neste mesmo ano, o Atlético de Madrid pagou incríveis €127 milhões para ter o garoto de ouro.
Imagem: Charlie Crowhurst/International
O investimento claramente não rendeu o esperado. Em 131 jogos ele marcou 34 gols e deu 18 assistências.
Com isso, o time da capital espanhola resolve emprestá-lo.
Os Blues pagam a quantia de €11 milhões para tê-lo por meia temporada.
Aí que a história começa a se tornar cada vez mais cabeluda. Nesta passagem, ele jogou 20 partidas, marcou 4 gols e não deu uma assistência sequer.
Não teve atuações memoráveis e não foi fundamental para a equipe em nenhum momento da temporada 2022/23.
Finalizado o período de seis meses no time de Londres, ele volta ao Atlético de Madrid para ser emprestado novamente, desta vez ao Barcelona.
Fez uma temporada razoável, para dizer o máximo. Marcou 10 gols e deu 6 assistências em 44 jogos.
Não era sequer titular. Isto, considerando que a equipe do Barça não era nada especial.
Terminado mais um empréstimo sem que houvesse o convencimento de que ele é um jogador para ser considerado da mais alta prateleira, ele volta ao Atlético de Madrid.
Assim, ao observar o mercado, o Chelsea decide pagar a bagatela de €52 milhões para contratá-lo em definitivo.
Francamente, não há absolutamente nenhuma lógica nesta contratação.
Um outro ponto sem explicação é o Chelsea ter somado €63 milhões para ter João Felix (somados o primeiro empréstimo e a compra), enquanto o Barcelona arcou apenas com seus salários.
Como se não bastasse, o contrato tem sete anos de duração, expirando em 2031.
Ainda que isto não seja grande parâmetro para ser considerado, o valor de mercado do português, no momento em que foi vendido ao Atlético de Madrid, era de €100 milhões.
Hoje, no momento da compra pelos Blues, João Felix atingiu €30 milhões em valor de mercado, o mais baixo desde que chegou ao profissional.
No mais, é importante ressaltar que ele não é um mau jogador. Tem suas qualidades e pode somar à equipe.
O problema aqui é uma supervalorização sem motivo. Com exceção do ano de 2020/21, quando o Atleti foi campeão de La Liga, não houve sequer um mero sinal de que este jogador poderia ter esta representatividade no mercado.
Isto se reflete no fato do Atletico de Madrid ter já assumido o investimento equivocado e vendido o jogador por menos da metade do valor de compra (desconsiderando a correção monetária).
Portanto, simplesmente não há elementos que demonstrem o mínimo de razoabilidade em se pagar montantes astronômicos por um atleta que não entregou, em três anos, o que se esperava dele.
Imagem: Getty Images
A administração tenebrosa do Chelsea
Claro que não apenas este canal, mas todos os profissionais do mundo da bola conseguem reconhecer os rumos tortuosos pelos quais o Chelsea está passando.
Desde a chegada do estadunidense no comando da sociedade, nada mudou.
Os mesmo erros seguem se repetindo. Basicamente, o mandatário contrata jogadores jovens de algum potencial por valores inflacionados.
Para se ter noção, o time possui uma média de idade de 23,6 anos. O que pode ser considerado uma melhora, já que ano passado era de 22,2 anos.
A equipe é um amontoado de jovens jogadores, atuando num clube de enorme pressão, sobretudo quando levamos em conta as conquistas recentes, sob Abramovic.
Economicamente, a conta não fecha. Mais uma janela em que o Chelsea tem um grande prejuízo. Desta vez, €96 milhões de déficit entre entradas e saídas de jogadores.
A escolha do técnico Vicenzo Maresca, para substituir Mauricio Pochettino, poderia ter sido interessante num outro momento.
Ele foi responsável pela ótima campanha na Championship do Leicester, que levou o vencedor da Premier League em 2015/16 de volta à elite do país, sendo campeão.
Porém, este não é o momento de apostas. É hora de usar o dinheiro aparentemente infinito proveniente da terra do Tio Sam e contratar um treinador de currículo, capaz de lidar com as adversidades e com um plantel tão jovem.
Não se vê uma ideia clara de jogo, tampouco boas perspectivas para o Chelsea nesta temporada. Investimento sem planejamento tem pouco ou nenhum efeito.
Acreditam que o Chelsea poderá surpreender esta temporada?
Imagem: Chelsea
Escrito por Vitor F L Miller.